Pastora Adventista consagrada na Holanda |
Fonte: Escojidas para servir
Introdução
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma denominação global que possui
membros virtualmente em todos os países do mundo. Sua extensa dimensão é
administrada mediante uma completa estrutura, fundamentada em 4 níveis.
O primeiro nível é a igreja local. Toda a autoridade da igreja nasce
deste primeiro e fundamental nível. Cada igreja elege os membros que vão
dirigi-la. A igreja também elege a representantes que se reúnem para
votar os líderes do seguinte nível administrativo, que é a Associação
Local. As associações, por sua vez, se reúnem para votar os dirigentes
do próximo nível que é a união. As uniões formam os ‘’tijolos’’ básicos
que compõem a igreja a nível mundial.
Estrutura da IASD
Uma vez a cada cinco anos, representantes de todas as uniões se
reúnem para eleger os líderes da Associação Geral. Se considera que o
comitê executivo da AG, liderada pelo seu presidente, é a autoridade
máxima na IASD. No entanto, é necessário recordar que a autoridade
dentro da igreja vem de baixo para cima. Toda a autoridade da Associação
geral é delegada pelos níveis administrativos inferiores. A IASD não
funciona de uma maneira vertical, tão pouco sua autoridade é exercida
verticalmente. Neste sentido se diferencia de outras denominações que
tem uma que são verticais como a Católica.
Devido a extensão global da Igreja Adventista, a Associação Geral, se
dispõem de Divisões regionais que, reparte o mundo em 13. As divisões
são escritórios regionais da Associação G. e, portanto, não são um nível
administrativo independente. Atualmente a igreja tem 13 divisões e uma
missão. No mapa abaixo pode-se observar a disposição territorial de cada
Divisão (dê um click para dar zoom)
História de mulheres no ministério Pastoral
Agora que já se conhece a estrutura da igreja Adventista e quais são
as divisões mundiais, nos concentremos no tema deste artigo: Quais as
Divisões que atualmente tem pastoras em seus territórios?
Primeiro necessitamos saber brevemente um pouco da história da igreja Adventista e das pastoras dentro da denominação.
A igreja Adventista do Sétimo Dia se organizou oficialmente no ano de
1863 quando se formou a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia,
com Tiago White como seu primeiro presidente. Durante esse tempo a IASD
tinha apenas uns milhares de membros.
A Igreja Adventista começou a aceitar mulheres dentro do ministério
pastoral, bem cedo. Em 1872, apenas 8 anos depois do estabelecimento da
Associação G. Sarah Hallock Lindsay se tornou a primeira mulher a
receber uma licença ministerial[1]. Durante os próximos dez anos outras dez mulheres receberam licenças ministeriais[2].
Segundo o DAS Yearbook (Anuário Adventista do Sétimo Dia) 28 mulheres
tiveram licenças ou credenciais ministeriais durante 44 anos
consecutivos.
Além das 28 mulheres listadas no Yearbooks, Bert Haloviak, ex direto
do escritório de Arquivo, Investigação e Estatística da Associação
Geral, encontrou nomes de 12 mulheres que também receberam licenças
ministeriais entre 1878 e 1881 que não aparece nos anuários[3].
Isso significa que o número de mulheres com licença ministerial entre
1863 e 1915 era no mínimo 40. Durante este tempo houveram mulheres que,
seja como pastoras ou instrutoras bíblicas, foram pioneiras ao
introduzir a fé Adventista em lugares como Ásia, Austrália, África do
Sul, América do Sul e Europa, entre outros.
A Igreja Adventista continuou tendo mulheres pastoras durante o resto
do século XX, ainda que o número decresceu consideravelmente, exceto
por uma região. Durante a primeira e segunda Guerra Mundial as nações
Europeias recrutaram a maioria dos homens adultos, incluindo a pastores
Adventistas, para aumentar seus exércitos e participar das guerras. A
ausência de pastores motivou um forte aumento no número de mulheres no
ministério pastoral e evangélico.
Considerando a herança Histórica que a Europa tem com as pastoras, é
fácil entender porque um país Europeu, especificamente Finlândia,
solicitou a Associação Geral permissão para ordena-las ao ministério
pastoral.
O tema da ordenação da mulher foi tratado por vários comitês, como o
de Camp Mohaven (1973), o Simpósio sobre o papel da mulher, do instituto
de investigação Bíblica da AG (1975), o de Tahoma Park (1985), e o de
Cohutta Springs (1989). Este último comitê, em seu relatório final,
enviou recomendações ao Concilio Anual de 1989 que foram adotadas pela
IASD. Tais como criar a figura do ‘’pastor (a) comissionado (a). Isso
significava que as mulheres não poderiam ser ordenadas ao ministério
pastoral e que não receberiam credenciais nem licenças ministeriais,
receberiam no lugar disso receberiam uma licença como pastoras
comissionadas. Mas esta nova política só poderia ser praticada nas
divisões onde o comitê executivo decidisse aplicar as decisões tomadas
no Concilio Anual de 1989, seguindo as recomendações do Comitê de
Cohutta Springs, convertendo um fenômeno global em algo regional. Antes
de 1989 houveram pastoras literalmente em todos os continentes, mas
depois desse ano só as Divisões que aprovassem a entrega de credenciais
como comissionadas para as pastoras poderiam ter mulheres no ministério
pastoral.
Apesar de esta decisão do Concilio Anual 1989, que claramente vá de
encontro da unidade e uniformidade dentro da IASD, o número de mulheres
no ministério pastoral dentro de nossa denominação continua crescendo.
Divisões Com Pastoras
Atualmente só algumas das 13 divisões possuem mulheres no ministério
pastoral, enquanto que outras não aplicaram em seus territórios a
clausula do Concilio de 1989.
Veremos a seguir quais divisões tem e quais não possuem mulheres no ministério pastoral[4].
Se quer saber a que território corresponde cada divisão pode voltar
acima e ver a imagem de todas as divisões e seus territórios
respectivos.
Divisão Norte-Americana
O território desta divisão foi o primeiro a ter pastoras, quando em
1871 Sarah Hallock Lindsay Recebeu uma licença ministerial e Ellen White
recebeu uma credencial ministerial[5]. Em 2012 havia pouco mais de 100 pastoras[6] e atualmente há um número maior.
Divisão Interamericana
Esta é outra divisão que comissiona pastoras. Em 2010 havia 15 pessoas com credenciais de ministro comissionado[7].
Divisão Sul-Americana
Esta divisão não tem praticado a prática do voto do Concilio de 1989.
Atualmente não tem pastoras, mesmo que antes de 1989 as tenha tido[8].
Divisão Transeuropeia
Também comissiona pastoras e atualmente há mais de 90 atuando em postos ministeriais em seu território[9].
Divisão Intereuropeia
Esta é outra das divisões que tem praticado o voto do Concilio de 1989e atualmente comissiona pastoras.
Divisão Euroasiática
Se bem que que esta divisão mantem a prática de entrega credenciais
de pastores comissionados a ministros, atualmente não há pastoras
comissionadas. Em outro período esta divisão teve pastoras em seu
território.
Divisão do Pacífico Sul-Asiático
Esta divisão não tem pastoras nem tão pouco entrega credenciais de ministro comissionado.
Divisão do Pacífico Norte-Asiático
De acordo com o relatório da divisão entregado no Comitê de Estudo da
Teologia da Ordenação esta divisão contava com 3.221 pastoras no ano de
2013[10] Na China 70% dos pastores são mulheres[11].
Divisão do Sul do Pacífico
Esta divisão possui pastoras e as credencia como ministras comissionadas.
Divisão Sul-Asiática
Esta divisão não tem atualmente pastoras em atividade tão pouco entrega credenciais de ministro ordenado.
Divisão Centro-Leste Africana
Esta divisão não entrega credenciais a mulheres nem tem pastoras em atividade.
Divisão Centro-Oeste Africana
Esta divisão aprovou o voto do Concilio de 1989 e tem entregado
credenciais de ministras comissionadas a mulheres. Atualmente há várias
pastoras trabalhando nesta divisão, muitas em postos administrativos.
Divisão Sul-Africana Oceano Índico
Esta divisão tem várias mulheres servindo como pastoras, especialmente na Associação Sul Da África.
Conclusão
No mapa (click para ver maior) se pode observar em verde os
territórios e Divisões que atualmente têm mulheres como pastoras. Em
laranja estão as divisões que aprovaram o voto do Concilio de 1898, mas
não possuem pastoras, e em vermelho estão os territórios e as Divisões
que não empregam pastoras. Em branco está MENA (Mission of Eastern Asia
and Northern Africa) onde há pouco mais de 2000 Adventistas, cuja
administração depende da Associação Geral.
Em resumo se observa o seguinte: Das 13 Divisões, apenas 5 não tem
pastoras em atividade, 1 Divisão não tem pastoras, mas seu regulamento
permite que entregue credenciais como pastora comissionada. E 7 divisões
atualmente tem atualmente pastoras trabalhando em seus territórios. Ou
seja, mais da metade das Divisões tem pastoras e quase dois terços
aceitaram o voto do Concilio de 1989.
Referências
[1] Review and Herald, 10 de Septiembre de 1871, p. 102.
[2] Bert Haloviak, Route to the Ordination of Women in the Seventh-Day Adventist Church: Two Paths, p. 5
[3] Kit Watts, “The Rise and Fall of Adventist Women in leadership”, Ministry, Abril de 1995, pp. 6-10
[4] A menos que se indique outra referência, los datos han sido tomados del SDA Yearbook 2015. http://www.adventistyearbook.org/default.aspx?page=SearchForm&Year=2015 (consultado: 10 de agosto del 2015).
[5] Review and Herald, 14 de Febrero de 1871, p. 69
[6]
Carta de Dan Jackson a miembros de NADCOM, 12 de Enero de 2012.
http://es.scribd.com/doc/80849837/E-60-Update-Letter-Dan-Jackson
(consultado: 9 de agosto de 2015)
[7]
http://www.adventistworld.org/2011/january/inter-america-church-grants-commissioned-minister-credentials-to-eight-employees/562-inter-america-church-grants-commissioned-minister-credentials-to-eight-employees.html
(consultado: 9 de agosto de 2015)
[8]
por exemplo, durante o Comité de Tahoma Park em 1985 Mario Veloso,
representante de Sudamérica, mencionou a uma pastora a cargo de quatro
igrejas.
https://www.adventistarchives.org/1985-study-committee-minutes.pdf
(consultado: 9 de agosto de 2015)
[9] http://adventist.org.uk/news/2015/buc/response-to-no-vote-on-womens-ordination (consultado: 9 de agosto de 2015)
[10] https://www.adventistarchives.org/brc-northern-asia-pacific-division-presentation.pdf (consultado: 9 de agosto de 2015)
[11]
http://news.adventist.org/en/all-commentaries/commentary/go/0/questions-answers-regarding-current-issues-of-unity-facing-the-church/
(consultado: 9 de agosto de 2015)
3 comentários:
Graça e Paz !! Excelente artigo. Eu tbem gosto de acompanhar o que acontece em outras denominações. Valeu p/compartilhar. Abs irmão !
Na Conclusão está escrito "o voto do Concilio de 1898". Houve uma troca nos números, já que se menciona um Concílio de 1989. É isto? Se for, favor corrigir. Seu texto é muito esclarecedor. Muito obrigado.
Nesta seita,tudo bem ter mulheres como pastoras!O que não pode isto sim,e na igreja de Deus!Só não espero que me chamem de machistas,pois esse tem sido o argumento de quem quer apoiar essa heresia!
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