Autor: Renato Cunha
Editora: Reflexão (http://www.editorareflexao.com.br/)
Páginas: 223
Ano: 2015
“Não
lhes parece espantosa coincidência que os possuidores da fé Reformada tivessem
deixado de crer na continuidade do dom de profecia após o século 18?” É
assim que o Dr. Ron D. Smith, do Edimburg Theological Seminary, começa o
prefacio de Sob os Céus da Escócia. Uma análise das profecias dos puritanos escoceses no séc. 17.
O livro se propõe a mostrar
que na história dos teólogos chamados reformados da Escócia aconteceram muitos
fenômenos espirituais, com destaque para muitas revelações, o que se chama
profecia modernamente. O livro cumpre o que se propõe citando muitas fontes
históricas para confirmar os fatos. O autor vai mostrando personagem após personagem
da Teologia Reformada escocesa como: George Gillespie, Samuel Rutherford,
George Wishart, John Knox, e outros, e como em seus escritos e biografias o sobrenatural
nas revelações está tão presente. E entre eles entram teólogos não escoceses
como João Calvino e Jonathan Edwards para mostrar a ocorrência de revelações
sobrenaturais também em seus ministérios. Sim, Calvino admitia o oficio profético
preditivo, ele mesmo afirma explicando Paulo:
“Ele chama profetas não a
quaisquer interpretes da vontade divina, mas àqueles que exceliam em singular
revelação, como agora nenhum subsiste, ou
são menos evidentes” (Citado na p. 50).
É claro que para o reformador o entendimento
era não que não existissem pessoas com este oficio, mas que eram menos
evidentes em seu tempo. E nem podia, pois ele mesmo teve revelação de uma
batalha entre os Guisianos, partidários católicos do Duque de Guise e
protestantes. As noticias chegaram a Genebra dias depois de Calvino ter a
revelação.
O livro não se detém apenas
em analisar os personagens, mas também levanta discussões como a Confissão de
Westiminster entendia a cessação do dom de profecia, se novas revelações
atentam contra a doutrina da Sola
Scriptura, se os dons estavam restritos aos apóstolos, e outros.
É mais uma arma no arsenal
contra a teologia cessacionista (os que dizem que Deus não concede mais dons
para ninguém na igreja hoje), se junta com títulos como: O Dom de Profecia no Novo Testamento e Hoje (Wayne Grudem/ Vida,
2002), e Surpreendido pela Voz de Deus
(Jack Deere/Vida, 1998).
Para uma segunda edição
recomenda-se uma revisão completa, pois quem lê sai com a impressão que o livro
é uma parte de uma monografia, que foi cortada sem atenção editorial, com frase
truncada, além de ter referências bíblicas erradas e muitos erros de
metodologia nas citações e notas de rodapé.
Mas, esses senões não
atrapalham o entendimento na leitura do livro. Recomendo, pois num pais onde a
literatura cessacionista faz a festa mostrando parcamente só um lado da moeda,
livros como esse vêm contrabalançar o debate e mostrar que nem só da exegese
tendenciosa de John MacArthur vive o estudioso tupiniquim. Na capa está que é
volume 01 esperemos o próximo.
Especificações:
- Papel amarelo bom
- Fonte em bom tamanho
- Espaçamento: bom
- Capa com orelha
- Encadernação brochura costurada
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