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Não é difícil analisar a letra e música que Régis Danese escreveu sobre o texto de Zaqueu.
A música pegou. É aquele tipo de
música que cai no gosto popular pela simplicidade e facilidade de se
cantar. É de música simples como esta que o povo gosta e tem
facilidade de cantar.
A questão que coloca a letra sob
suspeição de não ser bíblica é a comparação que se tem de fazer entre
a letra do cântico e o texto bíblico.
Basta comparar a letra com o texto de Lucas 19.1-10.
Régis diz:
Como Zaqueu
Eu quero subir
O mais alto que eu puder
Só pra te ver
Olhar para Ti
E chamar sua atenção para mim.
Eu quero subir
O mais alto que eu puder
Só pra te ver
Olhar para Ti
E chamar sua atenção para mim.
Zaqueu subiu numa árvore para ver a Jesus. Correto. Mas o cântico não fala a verdade. Veja:
1. Primeiro erro.
Em nenhum
momento Zaqueu queria chamar a atenção de Jesus pra ele. Era
baixinho, rico, líder dos publicanos e só queria ver a Jesus porque
era baixinho e não conseguia enxergá-lo no meio da multidão.
“Entrando
em Jericó, atravessava Jesus a cidade. Eis que um homem, chamado
Zaqueu, maioral dos publicanos e rico, procurava ver quem era Jesus,
mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena
estatura. Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de
vê-lo, porque por ali havia de passar”.
Não era
preciso chamar a atenção de Jesus para si, porque Jesus viu a
Natanael sem que este chamasse a atenção de Jesus. Não é mesmo? A
capacidade de ver de Jesus era maior que a capacidade de chamar a
atenção de Zaqueu. “Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu
respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!
Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de
Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira” (Jo
1.47-48).
Quer dizer, Jesus viu a Natanael que estava debaixo da figueira. E Natanael nem o percebeu!
Convenhamos.
Hoje para vermos a Jesus temos que descer e não subir. Temos que
descer de nosso orgulho, e não subir para o seu orgulho como fez
Zaqueu. O problema da era pós-evangelho é que as pessoas querem ser
maior que Jesus; e querem chamar a atenção para si. Nós invertemos os
valores do evangelho, para um evangelho que nos agrade e nos
satisfaça. E esquecem que não é preciso subir a uma árvore para ser
visto. Basta ficar debaixo dela, como fez Natanael! Dentro do
conceito pós-evangelho Régis está certo. As pessoas querem ser vistas, e
fazem de tudo para que isto ocorra. Mas não se aplica aos cristãos.
Porque não precisamos subir a lugar algum para ver a Jesus; basta que
desçamos de nosso pedestal e o encontraremos.
Queremos chamar a atenção de Jesus e esquecemos que ele é que quer chamar nossa atenção!
2. Poesia sem base na verdade.
O restante
da letra é poesia e romantismo sem base na verdade. Porque nada do
que o autor fala aconteceu. Zaqueu não pediu para Jesus entrar na
casa dele. Ao contrário: Jesus se ofereceu pra entrar na casa dele! O
autor inverte a verdade, pois o texto diz que “quando Jesus chegou
àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa,
pois me convém ficar hoje em tua casa. Ele desceu a toda a pressa e o
recebeu com alegria”.
Zaqueu não
falou nada disso pra Jesus: “Entra na minha casa, entra na minha
vida”. Jesus é que se ofereceu para ir à casa de Zaqueu. Os
publicanos eram uma classe de judeus comerciantes, coletores de
impostos para Roma, que viviam com trinta por cento do que
arrecadavam dos impostos e eram desprezados por seus patrícios, seus
irmãos. Jesus se encontrava com pessoas desprezadas e malquistas pela
sociedade.
3. Romantismo sem a verdade.
E aqui
reside nosso maior problema. Um cântico tem que dizer a verdade; uma
poesia tem que desvendar a verdade, mas esta poesia do Régis esconde a
verdade. É de um romantismo simplista que leva o povo a cantar uma
coisa que não é verdadeira. Porque a atitude de Zaqueu foi diferente:
“Entrementes,
Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres
a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém,
restituo quatro vezes mais. Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve
salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o
Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”.
Se
Régis tivesse composto o cântico falando a verdade, isto é, falando da
conversão de Zaqueu que prometeu a Jesus restituir tudo o que roubou,
talvez o impacto social de seu cântico não tivesse tanto sucesso,
mas, repito, o cântico precisa falar a verdade; a pessoa que se
encontra com Cristo muda de vida. No cântico do Régis a pessoa não
muda de vida; ela pede a Jesus que mexa com sua estrutura, que a
ensine a ter santidade. Ora, santidade não é algo a ser aprendido,
mas sim vivido.
Como na
maioria dos cânticos gospel este também trata das carências das
pessoas e do seu anelo pessoal, nunca das necessidades do reino ou do
compromisso com Jesus.
Um cântico deve falar a verdade. Deve
ser bíblico. Deve ter poesia e simplicidade. Falo sobre isto em
"Deixem Soar os Tamborins" editado pela EME Editora.
2 comentários:
verdade, nunca tinha prestado atençao nessa letra..!
Nao sou fã, nem sou exemplo de cristão, mas Você pode estar errado amigo. O único trecho de que fala de Zaqueu é o de subir numa árvore. O restante fala da pessoa que canta que talvez não tenha a sua experiência Cristã de saber disso tudo que mencionou no blog, mas que anseia por Jesus. A verdade que você fala é a Palavra a qual está disponível para quem quiser ouvir ou ler. E onde está escrito que um cântico tem que ser fiel a bíblia. Até onde eu saiba Jesus pregava por parábolas. Tenho certeza que pessoas se abriram por escutar essa canção porque mesmo que você esteja certo a palavra de Deus diz retenha o que é bom. Ah e cuidado com julgos...
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