* O título do artigo é do autor deste blog: Joelson Gomes
Escrevi há cinco anos e meio, em 15 de janeiro de 2009:
“Antigamente, o manual de jornalismo
ensinava que, quando o cão morde o homem, não há notícia, mas, quando o
homem morde o cão, sim. Agora, quando as Farc mordem a Colômbia ou
quando o Hamas morde Israel, não há notícia (imaginem – que porre! –
noticiar a mesma coisa 1.386 vezes em 8 meses), mas quando a Colômbia ou
Israel reagem, sim, claro, “que absurdo”! “Pouco importa” – para
lembrar Ricardo Noblat no caso Colômbia X Farc* – que o país seja vítima
constante de ataques homicidas. Seu exército não deve reagir em
hipótese alguma e, ao ver seu agressor proteger-se atrás de seu (dele)
filhinho – em vez de escondê-lo – para transformá-lo em mártir no jornal
de amanhã, todo soldado deve baixar as armas, retornar a seu país e
aguardar em silêncio por mais 1.386 foguetes na cabeça de seus próprios
filhos.”
Em fevereiro daquele ano, citando um conto infantil da Alemanha
nazista em que um jovem chamado Franz é ensinado a considerar os judeus
“o cogumelo venenoso da humanidade”, Diogo Mainardi também escreveu:
“A paz no Oriente Médio depende, antes
de tudo, do reconhecimento de Israel. Os palestinos precisam rejeitar a
ideia mais monstruosa de todos os tempos: a de que um judeu é um
cogumelo venenoso. Um cogumelo venenoso que tem de ser erradicado.”
O que mudou nos últimos cinco anos? Nada. O que mudará nos próximos
cinco? Nada, provavelmente. Mas agora, pelo menos, o porta-voz do
Hamas, Sami Abu Zuhri, confessou em entrevista à Al-Aqsa TV que o Hamas
adota a prática dos escudos humanos e, pior do que isso, faz dela uma
política oficial, como noticiou Reinaldo Azevedo.
Entrevistador – As pessoas estão adotando o método dos escudos humanos, que foi bem-sucedido nos tempos do mártir Nyzar Rayan…
Porta-voz – Isso
comprova o caráter dos nossos nobres, dos nossos lutadores da Jihad. São
pessoas que defendem seus direitos e suas casas com o seu corpo e com o
seu sangue. A política de pessoas que enfrentam aviões israelenses de
peito aberto, a fim de proteger as suas casas, provou ser eficaz contra a
ocupação (israelense). Além disso, essa política reflete o caráter dos
nossos bravos, que são pessoas corajosas. Nós, do Hamas, convocamos o nosso povo para que adote essa política, a fim de proteger as casas palestinas.
A confissão do Hamas apenas confirma a veracidade das palavras do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netenyahu (em tuíte e vídeo) sobre a diferença moral entre ambos os lados:
Se alguém ainda precisa de desenho, temos os cartoons de Mike Smith de 2008 e 2012:
Se alguém precisa de vídeo, temos legendado o de Dennis Prager de 2014 (original aqui).
[Em suma, como também já sintetizou Benjamin Netanyahu: "Se o Hamas
abrir mão do conflito armado, a guerra estará extinta. Se Israel o
fizer, Israel estará extinto."]
Se alguém precisa de desenho animado, temos ainda este de 2013:
Também é comum, aliás, que os pais palestinos mandem seus filhos
provocarem os soldados israelenses – treinados para não reagir – e os
filmem fazendo isso para depois espalharem pelo mundo a imagem de
truculência do inimigo. É o mesmo recurso – conforme já mostrei aqui - usado por militantes de extrema-esquerda como Sininho, que, por ora, felizmente está presa.
Nas últimas semanas, aconteceu o de sempre – que pode ser sintetizado nessas imagens:
A última imagem foi feita logo após os caças de Israel despejarem bombas sobre a Faixa de Gaza em retaliação à morte dos três jovens israelenses: Naftali Frenkel e Gilad Shaer, de 16 anos, e Eyal Yifrach, de 19. O alvo?
É
verdade que colonos judeu, em represália à morte dos três israelenses,
sequestraram e mataram um adolescente palestino, como numa espécie de
justiçamento brasileiro. Mas sabe o que aconteceu com eles? Foram
presos, é claro. Se fosse ao contrário, nem preciso dizer que os autores
do crime seriam os “bravos, nobres e corajosos” heróis do Hamas.
O
Hamas chegou a disparar 1.200 foguetes contra Israel em uma semana, a
maioria deles interceptada pelo sistema antimísseis israelense, batizado
de “Domo de Ferro”. Quando alguém alega que, de um lado há 1 israelense
morto, do outro 190 palestinos, é preciso ter em mente esta óbvia
diferença: enquanto Israel defende seu povo dos ataques do Hamas, o
Hamas usa os palestinos de escudo humano contra as reações da vítima –
escondendo inclusive armamentos e lançadores de foguetes entre a
população civil, por vezes em escolas e hospitais -, para que até a
matemática lhe favoreça na guerra propagandística de narrativa.
Vai ver é isto que Jandira chama de “população desarmada, assassinada,
humilhada”. Tudo isso pelo Hamas, é claro. Como reiterou o embaixador de
Israel no Brasil, Rafael Eldad, em entrevista ao UOL:
“[O]
Hamas está atacando civis israelenses, está utilizando seus cidadãos
como escudos humanos. Israel está usando armas para proteger a vida.
Eles estão usando vidas para proteger as armas ou o arsenal terrorista.
(…) Eles têm, na sua instituição, [o objetivo] de matar todos os
israelenses, os judeus. (…) Se o Hamas quer ver uma possibilidade de um
acordo, ele tem de reconhecer a existência de Israel e deixar totalmente
o caminho do terrorismo e da violência e desmantelar todo o seu
armamento. Há quase dez anos, Israel deixou toda a Faixa de Gaza. Os
palestinos tiveram uma oportunidade de ouro de criar uma pequena
Cingapura. E o que fizeram? O único que fizeram foi acumular e acumular
um arsenal de mísseis.”
O Hamas rejeitou a iniciativa egípcia de cessar-fogo dessa semana,
que havia sido aceita por Israel, e as hostilidades continuam a todo
vapor.
Mas não posso negar que Jandira é sincera quando diz que “Nós não
podemos ter omissão diante de… extermínio de povo nenhum em nenhum lugar
do mundo”. Seu partido, que idolatra Lenin, Stalin, Mao e Fidel, de
fato nunca se omitiu quanto a extermínios protagonizados pela
extrema-esquerda e seus aliados. De um jeito ou de outro, sempre ficou
ao lado dos exterminadores. Com o Hamas, não haveria por que ser
diferente.
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