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sábado, 16 de abril de 2011

O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO (III)

II- BATISMO COM O ESPIRITO SANTO, DUAS VISÕES.


1) 1° Aspecto; os tradicionais


Os evangélicos de orientação dita tradicional têm enfatizado o batismo com o Espírito Santo como algo análogo, ou idêntico a regeneração do ser humano a Cristo. Explicam o fato como segue:

Os judeus nos tempos do Antigo Testamento, a Antiga Aliança, era um povo separado de todas as nações (Êx. 12:45; Ed. 9; Jo. 18:28), foi a nação escolhida por Deus para ser a luz dos gentios (não-judeus), e receber os seus favores especiais (Êx. 19:4-5 Sl. 147:19-20; Rm. 9:4-5; Ef. 2:11-12).[1]

Mas, com a vinda de Cristo ao mundo, Deus estabeleceu uma Nova Aliança (Jr. 31:31; Lc. 22:19-20), que desfaz toda e qualquer separação que havia na Antiga Aliança e abrange todos os povos do mundo, pois é o reino de Deus (Ef. 2:11-25; 3:1-13; Gl. 3:28; Mt. 28:19-20; Jo. 1:11-12; Ap. 5:9-10).

Esta nova comunidade que agora nasce com a morte e ressurreição de Jesus (Jo. 12:23-24), é a Igreja, da qual Ele é o Cabeça (1Co. 12:17-27; Ef. 1:20-23). A morte e a ressurreição de Cristo são o fundamento da construção deste organismo chamado “Corpo de Cristo”.

Observe: “Pois todos somos batizados num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, que escravos ou livres” (1Co. 12:13).

Com este texto nós podemos ver que o Batismo com o Espírito Santo tem o propósito de agregar cada novo salvo a este “corpo”[2], a Igreja, pois é sendo batizado com o Espírito Santo que o salvo identifica-se com Cristo, esta é a função deste batismo (Rm. 6:4; 1Co. 10:2; Gl. 3:27).[3]

Augustus Nicodemus Lopes escreve: “Assim, a expressão (batizados com o Espírito Santo) é corretamente empregada hoje para designar a experiência universal de todos os crentes, ao receber a Cristo pela fé em seus corações”.[4]

Se fôssemos resumir este ponto de vista teríamos: no que se chma conversão somos regenerados, nascidos de novo, justificados pela fé e batizados com o Espírito Santo. Tudo isto com vistas à formar “o corpo místico de Cristo”; a Igreja. Esta é a primeira posição. Vamos agora a segunda.


2) aspecto; os “pentecostais”.

Os evangélicos de orientação dita “pentecostal”- palavra que confesso não gosto, porque não tem sentido. Olhe bem, Pentecoste era o nome da solenidade hebraica que acontecia cinqüenta dias após a Páscoa, a palavra vem de pentêkonta (cinqüenta). Aplicar isso a uma pessoa fica sem sentido. Melhor usar a palavra “carismáticos” (charisma significa dom em grego) para designar os cristãos que crêem na atualidade dos dons espirituais. Eles identificam o Batismo com o Espírito Santo como uma “segunda bênção”, dada por Jesus às pessoas após ou análoga a regeneração, mas nunca igual a ela. Para apoiar este fato citam textos como Jo. 20:22; At. 1:5; 2:1-4, mostrando que se tratam do Batismo com o Espírito Santo, e que estas pessoas receberam o mesmo depois de convertidas. Portanto ele acontece após a conversão e não pode ser confundido com ela.

Explicando o assunto Enéias Tognini cita o erudito em grego H. E. Dana.

Mas H.E. Dana prossegue: “são duas etapas da nossa vida cristã: na primeira, o pecador recebe a habitação do Espírito Santo no seu coração e passa, portanto, a POSSUIR o Espírito Santo. Na segunda, porém é o inverso; é o Espírito Santo que deve possuir o crente”. Na primeira é conversão, na segunda, batismo no Espírito Santo.[5]

Resta nos saber agora qual destas duas visões se coaduna mais com o relato bíblico e com a Teologia Reformada. É o nosso próximo passo.



[1] Para detalhes veja: SCHARBET, Josef. “História e Economia da Salvação do A.T.”, em Misterium Salutis, II/4, 2ª ed. (Petrópolis: Vozes, 1984), pp. 168-171.
[2] Temos em 1Co. 12:13 a seguinte expressão: eis en soma (para um corpo). A preposição eis (para) descreve o resultado do processo, o batismo com o Espírito é “para formarmos um corpo”. Vd.: RIENECKER, Fritz, ROGERS, Cleon. Chave Lingüística do Novo Testamento Grego (São Paulo: Vida Nova, 1995), p. 317.
[3] Para os comentários mostrando que Rm. 6 e Gl. 3 não tratam do sacramento do batismo, mas do Batismo com o Espírito Santo veja: LLOYD-Jones. D. M. Romanos. Exposição sobre o Capítulo 6. O Novo Homem (São Paulo: PES, 2001); Deus o Espírito Santo (São Paulo: PES, 1998).
[4] Cheios do Espírito (São Paulo: Os Puritanos/ Cultura Cristã, 1998), p. 62. Para uma visão semelhante HULSE, Erroll. Batismo do Espírito Santo (São Paulo: FIEL, 1995), pp. 20-24.
[5] Batismo no Espírito Santo (São Paulo: Bom Pastor, 1998), p. 53.

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