Os paroquianos da igreja de Campolide, em Lisboa, foram, este domingo, à missa de capacete branco. O padre também rezou a missa de capacete.
O objectivo é alertar para o perigo que pode vir do tecto. A igreja precisa de obras de conservação e todos temem que o tecto lhes caia em cima.
«As partes laterais da igreja estão quase a cair. Não se dá conta da água que se tira. E gostava que nesta altura em que se comemora os 100 anos da República se fizesse mais do que isso. Dar o seu a seu dono, para que possamos fazer obras, que será outra batalha a seguir muito vasta e complicada», disse à Lusa Isabel, uma paroquiana e voluntária das obras sociais da igreja de Santo António.
A propriedade é tutelada pelo Ministério das Finanças e a comunidade exige uma solução por parte do Estado. Os paroquianos contestam ainda a intenção do Governo de vender à paróquia um imóvel que há 100 anos lhe foi confiscado a custo zero.
«O Ministério não quer passar a preço simbólico ou a custo zero o imóvel para a paróquia. Começou por nos pedir um milhão e 200 mil euros, depois de algumas conversas acabaram por nos pedir 243 mil euros. Mas face à degradação do imóvel, e por ter sido confiscado a custo zero, achamos que é imoral o Estado querer fazer um negócio com uma coisa que roubou e agora quer vender», criticou o padre João.
O padre disse à Lusa que se têm feito pequenas obras de sustentação de tectos e paredes, com os recursos da paróquia e a boa vontade dos paroquianos, mas sublinhou que mais do que isso é impossível para uma igreja que vive paredes meias com uma realidade social também ela degradada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário