A Polícia Federal no Amazonas e o Ministério Público Federal investigam os dirigentes e pastores da Igreja Assembléia de Deus do Amazonas e do Pará por suspeita de envolvimento nos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo o superintendente da PF no Amazonas, Sérgio Fontes, a suspeita é que mais de R$ 20 milhões tenham sido enviados ao exterior sem declaração ao Fisco.
Nos dois estados, a igreja é presidida por irmãos. Jônatas Câmara é o presidente da Assembleia de Deus no Amazonas, e Samuel Câmara dirige a igreja no Pará. Também é alvo de investigação o outro irmão deles, Dan Câmara, que é pastor da igreja e o atual comandante-geral da Polícia Militar no Amazonas. Os três são irmãos do deputado federal Silas Câmara (PSC), que não teve o nome citado no processo.
Primeiros indícios foram descobertos em 2004
Segundo o superintendente da PF no Amazonas, o inquérito que apura irregularidade nas transações financeiras da Assembleia de Deus nos dois estados é um desdobramento das investigações da operação Farol da Colina, deflagrada em setembro de 2004, que apurou crimes de lavagem de dinheiro e remessa ilegal de recursos para o exterior envolvendo empresários de sete estados, incluindo o Amazonas.
" Documentos e gravações de escutas telefônicas da operação Farol da Colina mostraram que os referidos pastores enviaram grandes quantias ao exterior, naquele caso envolvendo a conta do Beacon Hill "
Na época, a PF descobriu que havia nos estados um esquema milionário de evasão de divisas, com o envio de dinheiro a uma conta de um banco
- Documentos e gravações de escutas telefônicas da operação Farol da Colina mostraram que os referidos pastores enviaram grandes quantias ao exterior, naquele caso envolvendo a conta do Beacon Hill.
Apesar de o inquérito ter sido instaurado há quase seis anos, o superintendente da PF em Manaus afirmou que a instituição só dever finalizar o trabalho no fim deste mês. Em depoimento à Polícia Federal, os dirigentes da Assembleia de Deus no Amazonas e no Pará afirmaram que o dinheiro teria sido enviado para fora do país para ajudar nas despesas pessoais de pastores. Os três pastores não quiseram comentar o assunto.
O delegado federal Eduardo Izel, que apura as denúncias contra os irmãos Câmara, disse muitas pessoas precisaram ser ouvidas, principalmente fora do Brasil. Segundo ele, até o final deste mês, mais duas pessoas serão ouvidas.
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