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domingo, 25 de outubro de 2009

EU NÃO ENTENDO A ASSEMBLÉIA DE DEUS


Há coisas que escapam a compreensão. Não falo "coisas maravilhosas demais", como diz o salmista no Salmo 131. Não falo de uma ciência que não estudei, ou de algo inacessível, inescrutável... longe de mim querer perscrutar o inalcançável. Diante dos modismos, dos "evangelhos heterodoxos", das "teologias" da prosperidade, da confissão positiva, da "regressão" catártica, etc., agente pensa que já viu de tudo, mas não vimos não. Há algum tempo que me questiono (e a alguns colegas, pastores e obreiros) sobre práticas da maior denominação evangélica pentecostal do Brasil (por alguns, tida como neopentecostal): a Assembleia de Deus. No Nordeste, a AD é conhecida pela "rigidez" de muitos usos e costumes característicos. No Sudeste, os vários ´ministérios´ da AD, parecem ser mais flexíveis (em alguns casos). Há situações pitorescas dentro da própria denominação que deixariam perplexos os mais fervorosos neopentecostais adeptos do evangelho da prosperidade, e em igual proporção, aos mais ferrenhos críticos "tradicionais" de quaisquer formas de pentecostalismo. A AD disciplina e exclui membros que visitem ou se relacionem (namorem, noivem ou casem) com membros - observe - de outras igrejas evangélicas! Isto mesmo! Há vários "campos" (setores geográficos) de ação de alguns ministérios dentro da Convenção Geral das Assembleias de Deus que agem exatamente desta maneira, em várias cidades do país, principalmente (como disse) no Nordeste brasileiro.

Contudo, a AD tem-se mostrado uma denominação "camaleão", isto é, com fortíssimo poder de adaptabilidade mediante circunstâncias sócio-político-econômicas. Há alguns anos, a AD convidou o candidato à reeleição presidencial, Fernando Henrique Cardoso, para ocupar um de seus palanques, por ocasião de um megaevento feito em 1997 - o 2º Congresso Mundial das Assembleias de Deus, no Campo de Marte (São Paulo). Observe o que um site de notícias publicou na época:

"(...) Fernando Henrique Cardoso, que em 1985 perdeu votos por se dizer agnóstico, aderiu à ala dos recém-convertidos. Em setembro de 1997, FHC encerrou o 2º Congresso Mundial das Assembléias de Deus, no Campo de Marte (São Paulo), com a saudação dos crentes: "Aleluia!". Dias depois, levou a família para receber a bênção do papa João Paulo II. Nada mau para um sociólogo da Sorbonne... Instalou-se no Brasil, de fato, uma florescente indústria de apoio de pastores evangélicos a candidatos a cargos eletivos. E quem o afirma não pode ser acusado de antievangelismo: Ronaldo Didini, ex-braço direito de Edir Macedo (chefe da Igreja Universal do Reino de Deus), agora pastor da Assembléia de Deus Nipo-Brasileira e candidato do PPB a deputado estadual. Segundo Didini, o apoio político de um pastor evangélico pode ser comprado por até 100.000 reais na época das eleições (Folha de S. Paulo, 7/6/98, página 1-17).

"Sei que um microcandidato pagou cerca de 100.000 vivos (em dinheiro) a um pastor da Assembléia de Deus, que iria fazer a campanha dele. Não teve um voto naquela região. O candidato perdeu a eleição e o pastor está para perder a igreja dele", disse Didini".(Fonte: http://www.geocities.com/realidadebr/rn/mafia/m180603.htm).

Em relação ao apoio a FHC, na época, havia a desculpa de a AD ser uma igreja conservadora (em termos políticos), o que poderia ser alinhado ao referido candidato. Sempre achei complicadíssimo misturarmos liturgia de cultos públicos com politicagens de quaisquer espécies, mas isto é prática em várias denominações evangélicas e na Igreja Católica Romana... todos sabem disso. O que me espanta, atualmente, é a inexplicável (contudo, conveniente) mudança de paradigmas da AD: no último dia 5, conforme matéria do Yahoo, aconteceu o seguinte episódio:

"O jargão dos pastores neopentecostais está na ponta da língua da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). De olho na fatia do eleitorado formada pelos evangélicos, que chega a 15% da população brasileira (aqui a reportagem mostra números equivocados: pelas últimas estatísticas populacionais e religiosas, os evangélicos somam mais de 20% da população brasileiras - grifo nosso), Dilma esforçou-se ontem, em São Paulo, para mostrar afinação com o grupo. Ela cobriu de elogios a Igreja Evangélica Assembleia de Deus e seu presidente, José Wellington Costa, num culto em comemoração ao aniversário do líder religioso, diante de uma plateia de 4 mil fiéis, num templo da capital paulista.

Dilma abriu o discurso de dez minutos saudando os "queridos irmãos e irmãs". "Que a paz do Senhor esteja com vocês", disse, para receber em resposta um uníssono "Amém". O fecho da fala deu-se com uma citação do Evangelho de João: "Vim para que todos tenham vida em abundância." Sem timidez, pediu que os fiéis orassem para que a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa "seguir adiante".

Dilma, discursando na IAD. Como uma boa política preparada, não precisou fazer muito esforço para convencer um público de 4.000 pessoas, firmes seguidores de seus líderes. O problema aqui não é a obediência aos líderes... mas o que alguns destes líderes estão fazendo com a obediência do povo a si! Como sinal da boa e conveniente aclamação das palavras da pseudo-cristã Dilma Roussef, o povo brada "amém". É curioso, quando em vários ministérios da AD o mínimo contato com CRENTES de outras igrejas pode ser o motivo de, inclusive, expulsão da instituição!

A ministra aproveitou o altar para fazer propaganda dos símbolos do governo Lula, como o Programa Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família. "No governo Lula, a santa energia flui mais forte. Faz parte do nosso governo a luta pela dignidade. Tiramos mais de 30 milhões de brasileiros da pobreza", disse. "O governo Lula defende os valores cristãos e as crenças morais dos brasileiros".

Piadas de Dilma à parte ("o governo Lula defende os valores cristãos e as crenças morais dos brasileiros"... ora, ora...), esta adaptabilidade interessereira da AD - que, na ocasião do aniversário de seu presidente, houve uma ovação pública de um de seus principais orquestrantes e estrategistas, o Pastor Hidekazu Takayama (PSC-PR) -, é um reflexo dos rumos que estão tomando as vertentes evangelicalistas de nossa nação, inclusive esta que se denomina pentecostal histórica. Como é que boa parte de seus "campos" sequer aceitam quaisquer interações com membros de outras igrejas genuinamente evangélicas, enquanto seus principais líderes estão emprestando O PÚLPITO desta mesma igreja para uma desmoralizada como Dilma... que ainda comete o engodo de afirmar que "o governo Lula defende os valores cristãos"? Dilma, como toda boa política preparada, "canta e dança de acordo com a música", e com uma simples saudação evangelical ("Quero saudar aos irmãos e irmãs com a Paz do Senhor"), ouve um uníssono "Amém" e cai nas graças da liderança da maior igreja pentecostal do Brasil, conhecida por sua rigidez, inflexibilidade quanto aos ´usos e costumes´ em vários de seus campos no Brasil, chegando ao ponto de disciplinar e excluir de seu rol de membros aqueles que tiverem um mínimo contato com crentes de outras denominações.

Parecendo querer tomar para si os (pífios e irrelevantes) auspícios de uma "religião separada", a AD desonra sua história, desonra a memória de seus fundadores, desonra o seu próprio discurso exclusivista, já criticado por boa parte da cristandade evangélica brasileira. Esfacelando-se em meio às tramas e seduções políticas - que até contrariam frontalmente seus principais e públicos interesses -, a AD protagoniza um dos maiores engodos na história do cristianismo no Brasil, e por que não dizer, da América do Sul inteira. Dilma foi guerrilheira, participou de inúmeros crimes contra a Nação, faz parte de um governo que até tem seus méritos no campo social, mas que expurga de sua agenda quaisquer - isso mesmo, quaisquer - indícios de jamais ter sido amigo ou de ter lutado pelos valores familiares e cristãos. Trocando em miúdos: comunhão com cristãos de outras denominações? De forma alguma! Abrir espaço em cultos que são, na verdade megaeventos de demonstração de "força" política, afim de barganharem "um lugar ao sol" na próxima gestão federal? Pode, sem problemas!

Os fundadores da AD no Brasil: o que pensariam dos estranhos rumos institucionais que a AD tem admitido para si?

A partir do momento que permitimos que a nossa prática desonre nossos discursos, é necessário que paremos, reflitamos, contemplemos e ouçamos a voz de Deus nas suas Escrituras, através de palavras que estão lá para fazerem com que pessoas (cristãs), em todas as épocas, não sejam engodadas, enganadas e se surpreendam quando olharem ao redor e raciocinarem que "não há mais verdade ou justiça entre os homens". A Assembleia de Deus do Brasil, infelizmente, é uma das principais protagonistas dos fenômenos que estão levando à extinção do conceito de ética bíblico-cristã, em meio à pós-modernidade. Ambígua, injusta (não institucionalmente, mas em grande parte de seu modus operandi), promotora de discórdias entre as denominações cristãs evangélicas e com ares de uma adaptabilidade política digna de uma cameleão, a AD protagoniza um desses engodos que, com certeza absoluta, pderão "passar" e até permanecerem esquecidos.... mas a "cicatriz", reveladora de mazelas que atitudes paradoxais como esta promovem, permanece.

Todas essas ambiguidades, estas disparidades pragmáticas intrainstitucionais revelam um fato inegável: a AD precisa das orações dos santos... por mais que algumas de seus membros e campos se julguem "mais santos" do que outros.

Em Cristo Jesus,

Fonte: Blog de Arthur Eduardo

9 comentários:

Airton Leitão disse...

Muito interessate esse comentário sobre a AD. Tenho parentes e amigos assembleianos aos quais vou sugerir que leiam sua postagem.

Outro assunto: Estou sugerindo que sejam colocados mais dois símbolos denominacionais em seu Blog. São dos dois maiores segmentos Congregacionais, que estão iniciando entendimentos para reagrupamento, acabando com uma divisão ocorrida em 1967.
A primeira é da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil – UIECB (http://www.uiecb.com.br/)Aliança das Igrejas Evangélicas congregacionais do Brasil, a mais antiga, com 154 anos de existência; a outra, é a (http://www.aliancacongregacional.org.br/)

Ricardo Mamedes disse...

Caro Joelson,

Como eu sempre digo: igreja não pode se misturar com Estado e tampouco com política. Eu me refiro à mistura institucional. Obviamente que os seus membros devem ter completa liberdade para escolher os seus representantes.
O que vemos é um nefasto jogo de interesses escusos entre a cúpula dessas igrejas e os candidatos, viciando toda a iniciativa. Enquanto que a massa de membros anônimos não passa disso: massa.

Em Cristo.

Victor Silva disse...

Triste, aliás estarrecedor Pr.Joelson, o rumo que algumas de nossas Igrejas tem tomado, estamos pregando um moralismo cobertor curto, muito rigido para algumas coisas e tão liberal para outras!
Sou contrário a fusão entre politica e Evangelho,muitas vezes nossos altares tem se tornado palco para comício. Falta tomarmos atitude para exemplo do Santo, expulsar os cambistas do templo.
De que lado estarão esta gente indecisa na Tribulação? pois acredito que fiquem para vive-la?

wesley disse...

Meu pai era dirigente da ebd de uma AD e eu também era. Me lembro q quando eu era adolescente eu ouvi uma palestra na igreja, voltada para o público jovem, em q ensinavam q não deveriamos praticar esportes, é isto mesmo!, principalmente futebol com a alegação q ele colocava um irmão contra o outro! q natação não era permitido por causa das roupas! e q o único esporte q eles permitiam era a corrida, mas com calça comprida e uma camisa de manga, no sol de Recife correr assim é meio complicado, rsrs, mas foi isso o q ouvi. Meu pai foi expulso da direção da EBD pq ele jogava bola, os irmãos ficaram sabendo até pq meu pai não escondia isso, e foram reclamar a liderança das AD de Pernambuco,o pastor presidente AILTON JOSÉ ALVES mandou um outro pastor ir falar com meu pai dizendo q se ele fosse continuar q escondesse isso do pessoal, e o pastor ate admitiu q fazia isto, ou do contrário ele seria desligado pela denominação; meu pai não aceitou disse q o q ele fazia não era errado e q não tinha nada a esconder de ninguem e então ele foi desligado pelos líderes das AD de Pernambuco. (congregados e membros das AD não pratiquem esportes morram por causa do seu colesterol).
Parece ridiculo e é, mas foi verdade! rsrsrs ^^

Adonias Soares disse...

Causa-me alegria (isso mesmo, ALEGRIA) em ler esta postagem. Assim fica evidente a verdadeira face dessa seita chamada AD. Junta-se ao que tem de pior na política nacional, a esquerda. A esquerda do mensalão, do enriquecimento ilicito, da imoralidade e o apoio declarado ao terrorismo (Farc e Ahmadinejad). Aliás, tá tudo certo. Lugar de porco é no chiqueiro e a AD mostra o que é capaz de fazer pelo poder e o seu jogo sujo. Isso só me dá um argumento a mais prá quando eu passar em frente a essa seita umbandista disfarçada de cristã, fechar os meus olhos e pedir em oração que Deus feche as suas portas.
Sem medo de identificar
Adonias Soares Dos Reis
São Paulo sp

Unknown disse...

Essa AD e sua liderança é um lixo. Ano passado deram ceia para o Kassab aqui em sp. A AD é igual "prostituta", não pode ver dinheiro.

Anônimo disse...

ao em vez de criticar AD por q vcs nao vam orar, pedir graça a DEUS.. estao perdendo tempo procupados com a AD. vao cuidar da salvação de vcs e das almas q estao perecendo. fiquem na paz ISSO É SE VCS TEM PAZ

Anônimo disse...

Aqui em SJCampos/SP, eles convidaram um radialista para fazer um discurso no púlpito e este senhor chama-se Antonio Leite e desfila vestido de pai de santo no carnaval joseense.
Esta denominação conta uma historinha mentirosa sobre seu inicio em 1911, quando na realidade a dupla de missionários europeus embarcaram no Brasil fugidos, visto que foram excluídos em suas igrejas sob acusação de rebelião e mentiram e praticaram proselitismo ou seja tentaram convencer os irmãos batistas a abracar a causa pentecostal na ausência do pastor local.
Bandidos mentirosos são os fundadores portanto seus líderes atuais possuem o mesmo máu caráter e isto está impregnado na história dessa seita que prega esse evangeliocumba.

pr.joel disse...

sinto muito e digo que me causou certa repulsa os comentários aqui lido, sou um pastor Assembléiano e não me vendi nunca,sou fiel ao que me ensina a palavra de Deus e prego o evangelho puro e verdadeiro; só gostaria de saber de onde você me conheçe para me sentenciar sem ao menos chance de defesa.queridos, todas as denominações são como uma caixa de frutas, que sempre vem com algumas sem condições de ser usufruida em seu uso natural e normal, não julgue a todos por alguns que vocês conheçem,pois existem muitos pastores presidentes de campo que por não serem conhecidos, não estarem na midia, estão recebendo de vocês esta sentença tão desagrádavel e são homens muito sério na condução de suas ovelhas e rebanho do Senhor; por favor nos respeitem e saibam que em muitas destas igrejas politicos não sobem púlpitos não tem oportunidades e somos capazes de fazermos obras, comprarmos instrumentos,atendermos os necessitados, somente com os recursos vindos dos dizímos e ofertas dos fíes, sem citarmos que às vezes nem assalariados somos pela igreja, fazemos a obra de Deus por amor. agora por favor separem as frutas podres e se possivel, quando for falar, de nome aos bois, pois todo fazendeiro e capataz sabe o nome de seu boi. espero ser compreendido e se possivel desculpem-se com aqueles que foram ofendidos por vosso discurso global.

NÃO PARE AQUI VÁ PARA OS TEXTOS MAIS ANTIGOS.