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terça-feira, 1 de setembro de 2009

A CABANA, LI E GOSTEI.



Como num romance um Deus risonho aqui passou” (14 bis).

Não resisti a propaganda, comprei e li A Cabana de William P. Young. O livro tem seus altos e baixos que passo a destacar agora.



Problemas:

a) Na tradução existe um troca-troca entre as palavras “rezar” e “orar”. Saber-se que o livro é escrito num contexto evangélico, o homem vai ao culto (22), existe a menção a Escola Dominical (89), portanto a palavra que se espera para a conversa com Deus é “oração” e não “reza”. Mas, o tradutor usa as palavras como se fossem sinônimas em todo livro (22, 23, 32, 34, 39, 44, 46, etc).

b) A idéia de livre-arbítrio está presente nas palavras de Jesus a Mack, personagem central, dizendo que ele só deve fazer o que quiser (80), mas é contrabalançada com a idéia do controle de Deus de tudo que há (84-85).


c) Existe o tropeço feio quando no capitulo 11, a idéia de que todos são filhos de Deus é apresentada (a mesma coisa acontece na página 209), mas a Bíblia claramente afirma que todo são criaturas e só passam a ser filhos quando aceitam a Jesus Cristo (Jo. 1:11-12; Gl. 3:26).

d) Vejo uma bela oportunidade perdida de explicar o evangelho bíblico; pecado, arrependimento, sacrifício de Cristo, quando o personagem principal do livro pergunta como pode fazer parte da igreja (165). Mas não é explicado.


e) Nas páginas 168-169 aparece um conceito totalmente estranho ao Novo Testamento onde Jesus parece dizer que não importa de que religião você faça parte, e bota no mesmo saco, Protestantes, Mórmons, Budistas. Não fica claro se Jesus diz que vai buscar os seus nestes lugares, ou se que nesses lugares estão os que lhe servem. Se assim for é um universalismo cego e herético, que não tem nada com a mensagem do Jesus do Novo Testamento.

f) O pecado é um assunto surpreendentemente ausente de todo livro.

g) O arminianismo surge na página 180, quando Deus diz que a morte de Jesus só fez abrir uma porta, mas sua objeção não foi objetiva, ou seja, Ele fez sua parte, agora você deve fazer a sua para ser salvo. Sua morte salva, mas não salva. Não é um ensino Protestante.




William P. Young


h) Também aparece o estranho ensino na página 209 de que todos os seres humanos estão perdoados pelo sacrifício de Jesus. Ora, isso é uma contradição, pois se todos estão perdoados porque não estão todos salvos, já que para o autor do livro o perdão livra do julgamento (210).


Recomendações:

a) Tirando estes senões que não passam despercebidos a um leitor atento, mais experimentado teologicamente, o texto é muito bem escrito, não um composto de frases soltas, cumpre o objetivo de prender o leitor.
b) O Jesus que o livro mostra é o mais perto do Jesus da Bíblia em minha opinião que já vi, Ele é um homem que ri, brinca, se diverte, aconselha, ama.

c) Jesus diz que o céu é realmente o universo purificado (164), nada como aquela imagem e ruas de ouro, pessoas de branco sentadas em nuvens, etc. Isto é só um símbolo. E isso eu acredito certamente.

d) Mack ao encontrar três pessoas na cabana onde supostamente acharia Deus, e sendo estas três pessoas duas mulheres (Deus e o Espírito Santo) e um homem (Jesus) pode surpreender. Mas, quando ele pergunta qual dos três é Deus, os três respondem em uníssono “EU”. Mostrando assim o seu conceito ortodoxo da triunidade de Deus (73,91). E também o autor deixa claro que na cruz Deus estava em Jesus e por isso também tem as marcas dos cravos também (86).

e) Apresentar Deus como uma negra gorda e sorridente, que é bem humorada e dança ao som de um walkman enquanto conzinha certamente é moderno e eu gosto (80-810.

f) O jeito de ver os símbolos do Apocalipse também é muito interessante (164).


Assim, apesar destes atropelos que citei antes eu recomendo a leitura do livro efusivamente. É um ótimo romance, com final surpreendente e uma mensagem cristã maravilhosa capaz de levar as lágrimas. Merece o sucesso, e merece ser lido por você

10 comentários:

viabaires disse...

hola
somos la familia rasta
y desde monte grande
nacio el proyecto "uniendo pueblos"
con el fin de mostrar los pueblos ferroviarios de nuestra argentina
por un pais mas unido
y con igualdad de posibilidades turisticas
no solo existe la costa o las montañas hay mucho mas para ver

te invito a visitar nuestro blog oficial

http://viajesrastas.blogspot.com
http://viajesrastas.blogspot.com

saludos y disculpa si molesto con mi firma

Rodrigo Melo disse...

Belo post!

Depois de tanto ler a respeito e ouvir sobre temas e debates relacionados a 'A Cabana', seu post veio a calhar...

Abçs!

Dário disse...

Paz Pastor Joelson, é de grande valia estas ponderações expostas pelo senhor, para se ter uma melhor compreensão do romance. Muito bom!

Cidinha disse...

Li e não gostei ,muito fantasioso,não me acrescentou em nada e o pior meu primo que é budista,kardecista ,lêu e achou que ele está certo afinal todos os caminhos levam a Deus, não é isso que o livro passa?tive que voltar a
estaca zero na sua evangelização,uma pena.

Edcleyton Souza disse...

Estou vendo a mídia caindo em cima com a propaganda deste best-seller. Ajudou muito este seu POST a ter uma noção de como é este escrito. Estou me preparando para adquirir esta obra.

Obrigado! Shalom.

Lucas Marim Santos disse...

Rsrsrs, "pequenos desvios"... rsrs, mas o livro é "bom"...rsrs...

Sinceramente, não tenho ânimo pra me aventurar nesse tipo de literatura, no caso em especial, tratando-se de uma ficção... muitas ficções não tem sido ilustrações em forma de parábola, para facilitar entendimentos, mas pura fantasia, gerando tramas bem ao modo "mundão" de ser, "histórinhas" para aumento de atividade mental, deixando fluir a criatividade que produz a vivência de uma história que não existe...

A Palavra de Deus é reta mesmo que em Apocalipse ajam símbolos, nem tudo é símbolo... João não viu fantasias, mas tentou relatar as coisas assim como viu, pelo que o que disse é verdade como é, mesmo que não possamos associar com certeza aos nossos dias...

Poderia mostrar um exemplo, talvez de que, partindo pela simbologia, a santidade fosse só um simbologia e o pecado outro e o Diabo outra... mas graças a Deus, a Palavra do Senhor é o que é, reta, e nela está a Verdade!

Da mesma forma admiro você ter lido e elogio pela crítica análise...

Que Deus continue te abençoando...

Anônimo disse...

Gostei muito, da descrição e análise crítica do livro, contudo, a conclusão final "Li e gostei" surpreendeu.

JOELSON GOMES disse...

Aos amigos que não entenderam pq eu disse que li e gostei dpo livro, li o mesmo como um livro de ficção, o que ele é, e quem leu o mesmo sabe que a mensagem e o texto supera seus erros. Examinei, retive o bem, e acho q todos deveriam fazer o mesmo. abraços.

Josi 1ª IEC disse...

É isso,Pastor Joelson,tbém li o livro e retive o que foi bom.Se eu já amava a Jesus,ao ler o livro derramei-me aos seus pés.POis é assim que O imagino,Amoroso,acessível,Amigo...E a forma,no mínimo "inovadora",do Espírito Santo como uma mulher foi de uma sensibilidade contagiante,amei!
Existem alguns momentos confusos,mas uma leitura á luz da Bíblia não nos deixará tropeçar.
A suma é:Reter o que é bom.E o que achei da figura de Deus? Extremamente criativa e extravagante! rsrsr...

Mendes disse...

Aconselho então ler "Não entre nessa cabana".

NÃO PARE AQUI VÁ PARA OS TEXTOS MAIS ANTIGOS.