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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

MEU EMAIL SEM RESPOSTA


A revista História Viva publicou mais um dos seus números especiais: "Arquivos História Viva, os Melhores Textos Sobre o Cristianismo" (https://ssl430.locaweb.com.br/clubeduetto/loja/detalhe_produto.asp?ctgr=73&prdt=893 ). No geral uma boa publicação, mas com alguns erros que uma revista de prestígio não poderia deixar passar. Ao ler a mesma enviei o seguinte email a redação:

"Caros senhores, tenho em minhas mãos a vossa publicação: “Os Melhores Textos sobre o Cristianismo” (arquivos História Viva, n°4), e no começar sua leitura noto que existem algumas observações a serem feitas. Vossa revista é respeitada, portanto acho que para falar de certos assuntos exige-se um melhor aprimoramento dos dados e consulta pessoas da área, pensando em quantos vão ler, e sem discernimento, vão tomar o que está escrito como verdade. Ao falar-se de História e Teologia bíblica deve-se consultar teólogos e historiadores que tenham experiência nestes temas. Enfim estou na pagina 36 e já observei o seguinte:
1- Página 7, o autor escreve: “O batismo consistia numa cerimônia iniciática na qual o candidato, ao imergir em um rio ou piscina, “morria” para sua vida antiga e “renascia” para uma vida nova, tendo por modelo o próprio Cristo (Efésios 4,13)”. Esta afirmação é desprovida de provas, pois, não se tem nenhum relato de por qual modo o batismo era feito no NT, se imersão ou aspersão. O mais provável, sabendo de onde a cerimônia do batismo vem (as cerimônias de purificação com água feitas pelos judeus no AT), o povo onde esta cerimônia era praticada (os judeus que nunca entravam em água parada para se purificar como tanque ou piscina), e o significado da cerimônia (purificação, e as purificações com água ou outro elemento feitas pelos judeus, quando alguém purificava outrem, como João purificava quem vinha ser batizado por ele, eram todas feitas por aspersão), é o modo aspersionista (alguém derramando água sobre outro, e nunca imersionista (veja a gravura na página 13). Além do que, nunca o batismo com água foi associado a “morte e ressurreição” NT, mas sempre a purificação (veja Atos 2:38; 22:16; 1 Pedro 3:21). O texto de Efésios 4:13 citado não tem nenhuma relação com a cerimônia do batismo com água, mas o apóstolo Paulo está falando dos dons ministeriais para a organização da Igreja, é só ler o contexto deste capítulo 4 de Efésios.
2- Na página 8 o autor escreve:” Na última ceia, Cristo teria convidado os fiéis não a segui-lo, mas a serem como ele, plenos, ungidos, pelo Senhor. Participar as eucaristia significava reafirmar a intenção de ser Cristo”. Aqui há uma grande confusão. Este tipo de ensino nunca foi parte nem da Teologia Católica romana, nem da Protestante. O relato da ceia conforme está nos evangelhos não diz isso, é só confirmar com os textos bíblicos, depois a idéia de se “tornar Cristo” era uma idéia do Gnosticismo, filosofia religiosa combatida veementemente pela literatura patrística, portanto, nunca ensino da Igreja Cristã, antiga ou moderna. O autor não cita fonte para abalizar sua informação, e nem poderia, não existe.
3- Na página 20, o autor diz que a palavra grega ichtus, significa veneno. Isto não é verdade. Esta palavra significa peixe. E os cristão primitivos usavam a mesma como um acróstico para significar: Iesous Christos Theos, Uios, Soter (Jesus Cristo Deus Filho e Salvador). Por isso o peixe se constitui num dos primeiros símbolos do cristianismo, a cruz é coisa muito posterior.
4- No Box na página 33 há a frase: “evangelhos apócrifos ou agnósticos”. Esta frase é incorreta, não existem evangelhos Agnósticos (o que se refere a uma visão de mundo onde não há certezas), mas Gnósticos, referente a uma filosofia religiosa combatida pela Igreja nos primeiros séculos da Igreja.
5- Também no mesmo Box está escrito “evangelhos de Judas, que acabam de ser descobertos”. De novo um erro grave. Não existem evangelhos (plural) de Judas. O que existe é UM texto gnóstico copta do séc. IV, conhecido hoje como EVANGELHO DE JUDAS.

Aproveito para parabenizar a publicação e sugerir um número especial sobre os Manuscritos do Mar Morto.

Joelson Gomes
(Teólogo, Pós-Graduado em História)"

Não me responderam.

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