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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O COMÉRCIO DA FÉ (glosa ao mote)

 I

Tem camisa com nome bem escrito

Tem bonezinho pintado e estiloso

Tem disco com cantor ruim, fanhoso

E tem cordão com pingente esquisito

Tem pulseira com o nome de Cristo

Também tem o bom óleo da unção

E os lobos enricando de montão

Té parece que fazem por pirraça

No comércio da fé Jesus não passa

De um produto vendido à prestação

 

 

 

 

 

II

 

 

O "pastor" faz ginástica e aliena

"Foi Jesus quem mandou tem que pagar

E tá no Inferno aquele que negar

E pague logo porque vale a pena"

Muito triste é contemplar a cena

Desses lobos roubando a multidão

Pastoreiam bolso do irmão

Falso profeta no meio da massa

No comércio da fé Jesus não passa

De um produto vendido à prestação

 

 

 

 

 

III

 

 

Retratinho, santo, escapulário

Livro, reza, receita de oração

Tem de tudo na feira da ilusão

Te depenam te levam o salário

Tem a fala mansinha do vigário

Do “pastor” vigarista, espertalhão

Que se formou no curso de ladrão

Tenho um nojo danado dessa raça

No comércio da fé Jesus não passa

De um produto vendido à prestação

 

 

 

 

 

 

IV

 

 

Tem o padre da coreografia

Se rebola para atrair fiéis

Vende broches, pulseiras e anéis

Caso pudesse vendia a sacristia

Inda chama-se filho de Maria

É mentira não creio nisso não

Virgem Maria não foi mãe de ladrão

Ela foi uma mulher cheia de graça

No comércio da fé Jesus não passa

De um produto vendido à prestação

 

 

 

 

 

V

 

 

Caso Cristo resolvesse aqui andar

Ensinando, pregando, dando exemplo

Expulsava esses vendilhões do templo

Com chicote no lombo até ralar

E dava um banho de sal pra ajeitar

Esse bando de enganador ladrão

Sou pastor e me sinto na razão

Comem dinheiro parecem uma traça

No comércio da fé Jesus não passa

De um produto vendido à prestação

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