Por Timóteo Carriker


Se nós, seres humanos (o significado da palavra hebraica “ādām”) somos criados à imagem e à semelhança de Deus, e “homem (da palavra hebraica זכר ou “zācār”, literalmente “macho” ou “ser afiado”) e mulher (נְקֵבָה ou “nequēbar”, literalmente “fêmea” ou “ponto”) os criou” (Gênesis 1.27). Pois bem, então tanto as qualidades de macho quanto de fêmea espelham o Criador e os dois coabitando juntos e unidos enquanto cuidam do restante da criação, mais ainda (Gênesis 1.28; veja também a passagem paralela de Gênesis 2.15). Portanto, não nos surpreendemos quando Deus é descrito, ao longo das Escrituras, tanto com traços e figuras femininos quanto masculinos. Por exemplo…
  • Deus Jahvé conforta o seu povo como uma mãe conforta seu filho ou sua filha (Isaías 66.13)
  • Como uma mulher que jamais esquece de amamentar seu nenê, Deus Jahvé não esquecerá dos seus filhos e filhas (Isaías 49.15)
  • Deus Jahvé é como uma águia mãe protegendo os seus filhotes (Deuteronômio 32.11)
  • Deus bisca o perdido como uma mulher procurando uma moeda perdida (Lucas 15.8-10)
  • Deus El cuida do seu povo como uma parteira cuida da criança que acaba de nascer (Salmo 22.9-10; 71.6; Iaías 66.9)
  • Deus sente a fúria como uma ursa-mãe privada do seus filhotes (Oséias 13.8)
  • Jesus anseia pelo povo de Jerusalém, como uma galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas (Lucas 13.34)
As figuras masculinas de pai, guerreiro, etc. são mais conhecidas, sem necessidade de ilustrar. Fascinante que somente juntos, macho e fêmea, refletimos, mesmo que em parte, o Criador. Por isso, o respeito mútuo e o intuito de reconhecer e realizar o potencial do outro gênero está no cerne da espiritualidade.