Nessa semana a internet foi tomada pela noticia do rolo entre Ricardo Boechat(o) e Silas Mala(cheia)faia. Pois bem, não tenho aqui procuração para defender o Mala e já falei e falo do meio mundo de insanidade das campanhas financeiras, companheiros nada ortodoxos, e pirações teológicas que ele vocifera. Isso para mim o desqualifica como cristão Protestante. Mas, como eu acho que ele nem quer ser Protestante, mas ele é "evangélico" essa nova religião diferente do Cristianismo Protestante que surgiu recentemente, creio que ele não se chateará. 
Bem, do outro lado está o Boechat(o) que se mostra como paladino da verdade e da imparcialidade. Ele já criticou deseducadamente a jornalista do SBT Rachel Sherazade pelas opiniões dadas em favor da família, moral cristã e etc., e agora desceu a lenha nos evangélicos pelo caso de uma menina adepta do Candomblé que foi agredida em São Paulo.Boechat disse que quem agrediu foram evangélicos generalizando e dizendo que era um caso de intolerância religiosa. Malafaia foi contra e disse que ele estava errado. Aí Boechat(o) subiu no salto, rodou a baiana, balançou os ombrinhos e mandou o Mala procurar uma rol***. Isso mesmo, e ele mandou várias vezes. 
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| Transexual "crucificada" na parada gay em SP | 
Entendendo isso tenho duas coisas que encasquetam.
1- Porque Boechat(o) não criticou os gays na parada de São Paulo por tudo que fizeram com os símbolos Católicos romanos? Aquilo não é intolerância religiosa? Ora, tudo que os depravados fizeram, botando gay na cruz como Jesus se não é afronta é o que? Só que Boechat(o) ficou pianinho, não falou nada em seu programa.
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| Gays desrespeitam símbolos religiosos na Parada em SP | 
2- Boechat(o) tem moral para ficar falando de verdade? Você sabia que antes de ser da Band (também a Band só pega coisa boa vide Boris Casoi aquele que desrespeitou os garis ao vivo) ele era das organizações Globo. Mas, foi demitido por justa causa e você sabe porque? Acompanhe toda a história abaixo é bom relembrar, pois o povo tem memória curta. Eu sei é grande, mas só assim você quem sabe deixará de assistir o jornaleco que ele apresenta na Band e saberá quem tem razão nessa resenha.
"Os detalhes do imbróglio que resultou na demissão de Ricardo Boechat, então um jornalista respeitado. da Globo e da TV Globo.
Por Reinaldo Azevedo
Veja
Leitores
 ficaram curiosos para saber detalhes do imbróglio que resultou na 
demissão de Ricardo Boechat, então um jornalista respeitado, do jornal O
 Globo e da Rede Globo. Ela se seguiu a uma reportagem da VEJA,
 publicada em junho de 2001. Boechat me ataca na rádio sem ler o que 
escrevi. Eu leio o que ele fez e não o ataco. Apenas constato… 
Acompanhem.
O empresário Nelson Tanure é conhecido por se meter em grandes negócios. Baiano, 50 anos, formado em administração de empresas, em pouco mais de uma década já se aventurou por vários setores da economia nacional – quase sempre deixando atrás de si um rastro de polêmica. Foi assim com a Sade, produtora de turbinas para geração de energia elétrica. Em 1990, num controvertido episódio da era Collor, um grupo de fundos de pensão de estatais enterrou 11 milhões de dólares na empresa, que vivia em dificuldades financeiras. Por trás da compra da companhia de Tanure, estaria a mão forte da amiga do peito do empresário e então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, que teria pressionado os fundos a aderir à operação. Em sua meteórica trajetória ao olimpo dos grandes empresários, Tanure chegou a ser dono de três grandes estaleiros, que detinham 80% de toda a capacidade instalada da indústria naval do Brasil. Acumulou dívidas tão pesadas que, em 1997, afundou em sua megalomania, sendo obrigado a retalhar seu latifúndio. No ano passado, estima-se que tenha botado no bolso 100 milhões de reais, numa transação espetacular: foi o preço para acertar os ponteiros com os antigos proprietários do Banco Boavista, contra quem vivia em guerra judicial – estes por sua vez tiveram de aceitar o acordo com Tanure para conseguir vender o banco ao Bradesco, que queria comprá-lo sem nenhuma pendência judicial. Recentemente, Nelson Tanure comprou um dos mais tradicionais diários do país, o centenário Jornal do Brasil, estreando no ramo da comunicação.
O empresário Nelson Tanure é conhecido por se meter em grandes negócios. Baiano, 50 anos, formado em administração de empresas, em pouco mais de uma década já se aventurou por vários setores da economia nacional – quase sempre deixando atrás de si um rastro de polêmica. Foi assim com a Sade, produtora de turbinas para geração de energia elétrica. Em 1990, num controvertido episódio da era Collor, um grupo de fundos de pensão de estatais enterrou 11 milhões de dólares na empresa, que vivia em dificuldades financeiras. Por trás da compra da companhia de Tanure, estaria a mão forte da amiga do peito do empresário e então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, que teria pressionado os fundos a aderir à operação. Em sua meteórica trajetória ao olimpo dos grandes empresários, Tanure chegou a ser dono de três grandes estaleiros, que detinham 80% de toda a capacidade instalada da indústria naval do Brasil. Acumulou dívidas tão pesadas que, em 1997, afundou em sua megalomania, sendo obrigado a retalhar seu latifúndio. No ano passado, estima-se que tenha botado no bolso 100 milhões de reais, numa transação espetacular: foi o preço para acertar os ponteiros com os antigos proprietários do Banco Boavista, contra quem vivia em guerra judicial – estes por sua vez tiveram de aceitar o acordo com Tanure para conseguir vender o banco ao Bradesco, que queria comprá-lo sem nenhuma pendência judicial. Recentemente, Nelson Tanure comprou um dos mais tradicionais diários do país, o centenário Jornal do Brasil, estreando no ramo da comunicação.
Nos 
últimos três meses, Tanure tem-se dedicado de corpo e alma a outro 
negócio. Coisa de grande vulto e intrincada, como parece ser do seu 
gosto. Uma empreitada que, segundo se comenta nos meios empresariais, 
poderá engordar sua conta bancária em até 40 milhões de dólares, caso 
seja bem-sucedido. Trata-se de uma negociação para o grupo de 
telecomunicações canadense TIW, sócio de duas empresas de telefonia 
celular no Brasil: a Telemig Celular e a Tele Norte Celular, avaliadas 
em 2 bilhões de dólares. A tarefa de Tanure é desfazer o nó em que a TIW
 se embolou ao formar uma complicada e nada amigável sociedade com o 
Banco Opportunity, de Daniel Dantas, outro baiano não menos polêmico. A 
sociedade foi formada na privatização do sistema Telebrás, em 1998, e 
tem ainda como parceiros cinco grandes fundos de pensão. O embaraço está
 no acordo de acionistas que Dantas conseguiu produzir, numa jogada de 
mestre. A TIW, por exemplo, uma operadora de telefonia que, pelo menos 
em tese, deveria intervir na gestão de uma companhia telefônica, não tem
 poder nem para nomear um contínuo. Por causa desse acordo, há quase 
três anos os sócios se engalfinham numa disputa sem tréguas pelo 
controle das empresas. 
Agora 
surge mais um ingrediente nesse enredo. Uma série de fitas, que mostram 
com crueza impressionante a montagem de uma operação de guerra para 
derrubar um adversário do mundo dos negócios. Nas últimas semanas, a 
existência dessas fitas, ao que tudo indica gravadas ilegalmente entre 
os meses de março e abril, tornou-se o rumor da hora entre jornalistas 
bem informados, empresários e políticos. VEJA teve acesso ao material 
gravado. Ali se apresenta um exemplo extraordinário de como funcionam os
 bastidores de algumas grandes negociações. Dos diálogos saltam 
estratégias secretas e ataques pesados, que permaneceriam para sempre 
camuflados pelos discursos oficiais, obviamente mais polidos, 
articulados. Pela primeira vez os bastidores de um caso concreto são 
revelados em estado bruto. As fitas mostram apenas um lado atuando, e o 
leitor deve levar essa peculiaridade em consideração.
As 
gravações reproduzem diálogos de Tanure com o presidente mundial da TIW,
 o canadense Bruno Ducharme, definindo estratégias de atuação contra o 
Banco Opportunity, de Daniel Dantas. Foram flagradas também 
conversas do principal assessor de Tanure, Paulo Marinho, uma peça ativa
 nas negociações em favor dos canadenses. Marinho, que até o 
ano passado trabalhava para Daniel Dantas, é um personagem bastante 
conhecido na sociedade carioca. Está sempre próximo de cabeças coroadas 
do mundo dos negócios e de mulheres bonitas, como a atriz Maitê Proença,
 com quem foi casado. As gravações envolvem também um dos mais influentes e respeitados jornalistas do país, o colunista Ricardo Boechat, do jornal O Globo.
Na fita, 
ele aparece participando de uma operação para ajudar Tanure. Em um dos 
diálogos, ocorrido em 15 de abril, Boechat conta a Marinho os termos da 
reportagem que está escrevendo para revelar manobras do Opportunity e 
que seria publicada no dia seguinte em O Globo. Pela conversa, 
fica evidente que a direção do jornal não foi informada sobre o grau de 
ligação do jornalista com Nelson Tanure e sobre o fato de que a 
reportagem foi minuciosamente discutida com Paulo Marinho (veja a reprodução de trechos).
 Não há nenhuma menção a favor, pagamento e outras práticas irregulares 
de compensação. Boechat e Marinho são, aliás, compadres e amigos de 
longa data. Curiosamente, a reportagem acabou sendo usada, dez dias 
depois, como peça de processo na ação judicial dos fundos de pensão – 
aliados da TIW – contra o Opportunity. Advogados utilizam com frequência
 reportagens para embasar ações que impetram. No caso de Boechat, a 
combinação anterior pelo telefone com Marinho – e, muito especialmente, 
os termos usados na conversa – é que torna a história constrangedora. 
“Minhas fontes não são o cardeal Eugênio Sales nem o presidente do 
Supremo Tribunal Federal. Já negociei matérias com Daniel Dantas também.
 Não levo vantagem financeira com isso”, diz Boechat. “O que quero é a 
notícia.” Em outro diálogo, não reproduzido nesta reportagem, o 
jornalista instrui Tanure sobre como agir e o que falar numa conversa 
com João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, para 
passar a imagem de um empresário sem ambições políticas nem projeto de 
poder – características que a Globo não veria com simpatia no 
concorrente dono do Jornal do Brasil. Uma análise 
feita na semana passada, a pedido de VEJA, pelo perito Ricardo Molina 
concluiu que “todas as evidências indicam que, acima de qualquer dúvida 
razoável, a voz analisada é do jornalista Ricardo Boechat”. Molina 
afirma também que “não existe nenhum indício de manipulação que possa 
representar tentativa de montagem”.
É evidente
 que o mundo dos negócios não vive permanentemente nesse clima de 
ataques abaixo da linha da cintura. Mas quando um dos personagens da 
briga é Daniel Dantas, um economista de 45 anos, considerado um dos mais
 brilhantes de sua geração, dificilmente se pode esperar um cenário de 
calmaria. O dono do Opportunity é um operador audacioso como poucos. Em 
apenas seis anos transformou seu banco num colosso que administra fundos
 de investimento no valor de 3,4 bilhões de dólares. Seus domínios se 
estendem a setores tão diversos quanto saneamento, transportes, 
telecomunicações, portos, metrô, internet e futebol. Tem uma capacidade 
para fazer inimigos tão espetacular quanto seu talento para os negócios.
 A briga pela Telemig Celular e pela Tele Norte Celular é a mais 
perfeita tradução do jeito Daniel Dantas de atuar.
Para 
participar do leilão de privatização das duas empresas, em 1998, o 
Opportunity se associou à TIW e aos fundos de pensão. A TIW entrou com 
49% dos recursos necessários para a compra das empresas. Os fundos de 
pensão, por sua vez, entraram com 24% de investimento direto, mais 27% 
através de recursos aplicados em um fundo de investimento do 
Opportunity, que colocou ali uma parcela correspondente a menos de 1% do
 valor da operação. No leilão, o sócio canadense desembolsou, sozinho, 
380 milhões de dólares, com a promessa de ter participação na gestão das
 empresas adquiridas. Foi feita uma carta de intenções estabelecendo 
essas bases para o contrato. Tudo ficou só como intenção. 
Batido o 
martelo, começou a confusão. Quinze dias depois do leilão, Dantas 
sinalizou para os canadenses que o acordo inicial não valia mais. Num 
estranho acerto com os presidentes dos fundos de pensão, o Opportunity 
montou uma sociedade totalmente diferente da desenhada inicialmente com 
os parceiros estrangeiros. Na época, os fundos eram capitaneados por 
Jair Bilachi, da Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil, e por 
Francisco Gonzaga, da Petros, o fundo de pensão da Petrobras, que 
deixaram o cargo sob suspeita de má gestão dos recursos dos fundos. A 
estratégia de Dantas foi juntar os recursos dos fundos de pensão em uma 
só empresa, a Newtel, que passou a deter 51% das ações da Telpart, 
holding da Telemig e da Tele Norte. Embora tivessem maioria das ações, 
os presidentes dos fundos concordaram em passar para Dantas o poder de 
gerir a companhia, incluído aí o direito de escolher todos os dirigentes
 das duas celulares e de definir todos os fornecedores. Assinaram ainda 
uma cláusula bizarra, em que os conselheiros dos fundos se obrigam a 
votar com o Opportunity, qualquer que seja a decisão do banco. Caso 
votem contra, são imediatamente destituídos. Dantas conseguiu manter-se 
forte enquanto teve os fundos do seu lado. No entanto, as novas 
diretorias dos fundos de pensão começaram a questionar os acordos feitos
 por seus antecessores. A briga esquentou quando os dois sócios se 
uniram contra Dantas. Os fundos e os canadenses querem que a Newtel seja
 desfeita e que, em seu lugar, seja criada uma sociedade em que os três 
sócios tenham pesos iguais.
Foi em 
março, no meio dessa confusão, que Nelson Tanure surgiu na história como
 a figura que poderia salvar os canadenses. O presidente da TIW, Bruno 
Ducharme, vislumbrou a chance de encontrar um competidor à altura de seu
 adversário. Tanure era o homem. O que fica claro nessa história é que 
os canadenses, que entendem quase nada de Brasil, acharam que Tanure 
conhece suficientemente as artimanhas do adversário para jogar um jogo 
de igual para igual. A manobra parece ter começado a dar resultado. Há 
cerca de um mês os sócios conseguiram uma vitória em cima do parceiro 
indesejado. Emplacaram o novo presidente da Telemig e da Tele Norte, que
 passou a ser o executivo Gunnar Vikberg. A manobra para a escolha do 
novo executivo foi montada com a ajuda de Tanure, que combinou a 
operação com Ducharme, por telefone. “Nosso foco é para tentar tirar o 
diretor (escolhido por Dantas)”, explica Tanure, num dos trechos 
grampeados. Deu certo, embora seja uma vitória provisória, questionada 
na Justiça pelo Opportunity, que já conseguiu destituir Vikberg da 
presidência da Telpart.
Enquanto 
os dois sócios se armam para tentar enfraquecer Daniel Dantas nas duas 
telefônicas, o banqueiro baiano tenta garantir as conquistas obtidas. 
Nos últimos meses, tem feito ofertas aos fundos para a compra das 
empresas. Quanto aos canadenses, embora sejam o maior acionista 
individual, suas ações não têm o mesmo poder de fogo sem o controle das 
empresas, que continua nas mãos de Dantas. Até o final da contenda, as 
entranhas dessa guerra bilionária deverão ficar cada vez mais à mostra. 
Mesmo porque o jogo de poder entre Dantas, Tanure, canadenses e fundos 
de pensão está longe do epílogo. Estão todos operando os meios à 
disposição com ferocidade.
Leiam este diálogo de Boechat com Paulo Marinho, assessor de Nelson Tanure:
Síntese: Nesta conversa que teve com Paulo Marinho, braço direito de Tanure, Boechat relata os detalhes de uma reportagem que escreveu e seria publicada no jornal O Globo no dia 16 de abril contando as manobras planejadas por Daniel Dantas para uma assembléia. O jornalista leu a reportagem inteira para o assessor de Tanure, que aprovou. “Tá ótima”, comentou Paulo Marinho. “A matéria diz tudo que a gente queria falar.” Dez dias depois, a reportagem de Boechat integraria os documentos de uma ação judicial (reproduzidos acima) movida pelos fundos de pensão contra o Opportunity. Tanure e os fundos estão do mesmo lado da trincheira.
Secretária – Pronto.
 
 Boechat – Oi, o Paulo, por favor.
 
 Secretária – Quem deseja?
 
 Boechat – Ricardo Boechat.
 
 Secretária – Um momento…
 
 Boechat – Obrigado.
 
 Paulo Marinho – Oi.
 
 Boechat – Oi.
 
 Paulo – Diga lá…
 
 Boechat – Seguinte: primeiro acho que a matéria talvez saia assinada…
 
 Paulo – Hum, por você?
 
 Boechat – É…
 
 Paulo – Tá…
 
 Boechat – E aí temos que
 ver o seguinte… Eu estive pensando… Esta é uma possibilidade que eu 
preferi não perguntar. Vou te dizer o seguinte: eu também meio que 
descobri que não adianta muito tentar dissimular esta relação, não.
 
 Paulo – Entendi.
 
 Boechat – Eles já identificaram esta relação, certo?
 
 Paulo – Certo.
 
 Boechat – …que acabou sendo meio escancarada com este convite pra eu ir pro JB.
 
 Paulo – Perfeito.
 
 Boechat – E, por mais que eu tenha dado como uma iniciativa do Mario Sérgio (Conti, diretor de redação do JB)… Ninguém… ficou aquela… o João Roberto, o Merval, o Luiz Eduardo (integrantes da cúpula do jornal O Globo)… Todo mundo sabe que o Nelson (Tanure) tem uma relação de amizade pessoal.
 
 Paulo – Certo.
 
 Boechat – Eu pensei em dizer ‘não assina, não’. Mas preferi ficar calado.
 
 Paulo – Acho que você dizer pra não assinar eu acho um erro. Tu não pode dar esta montaria pra esses caras…
 
 Boechat – Sabe o que 
mais? O último detalhe é o seguinte: aquela última nota nossa do dia 3, 
quando a gente… quando teve a reunião do conselho, que eu dei a história
 da demissão, lembra? Da demissão do Arthur(Carvalho, cunhado, braço
 direito de Daniel Dantas no Opportunity e o representante do banco nos 
conselhos de administração das telefônicas)…
Paulo – Lembro.
 
 Boechat – Eles… quando deu, eu assinei. Eu dei na Agência Globo sem assinar.
 
 Paulo – Eu sei, você disse que eles identificaram em dois minutos que era sua a nota…
 
 Boechat – Eles botaram no ar um desmentido com meu nome. Então é ridículo eu ficar dissimulando…
 
 Paulo – Claro.
 
 Boechat – Se fosse uma coisa clandestina.
 
 Paulo – Também acho, você tem razão.
 
 Boechat – Conheço o cara e… ele é uma fonte e tá me dando uma notícia…
 
 Paulo – Exatamente. Aliás, é um erro dissimular isso. Agora também é o seguinte, quer dizer…
 
 Boechat – …(inaudível) escancarar.
 
 Paulo – Mas também se os caras não colocarem com seu nome, você não vai reclamar por causa disso.
 
 Boechat – Não, de jeito 
nenhum. Enfim, outra coisa, diferentemente do seu material é preciso 
falar com o Nelson: “Nelson, a adjetivação não é uma característica da 
notícia. Não tem como adjetivar”.
 
 Paulo – Perfeito.
 
 Boechat – Então, o texto que eu mandei pro Duda, o cara que tá fechando a edição pra amanhã…
 
 Paulo – Rãrã…
 
 Boechat – Me disse que 
tá dando bem. Então, suponho que ele vá dar a matéria na íntegra, 
pá-pá-pá. Não sei que título ele vai dar. Seguinte: o texto que eu 
mandei, eu disse assim pro Mineiro (Luiz Antonio Mineiro, editor de Brasil de O Globo): ‘Mineiro,
 aí vai a matéria. Eu não consegui falar com o pessoal da Economia, mas 
tentarei mais tarde. Estou no telefone tal. Se for preciso peça à 
telefonista… Acho que este assunto vai dar um bom caldo. A intenção de 
demitir os conselheiros dos fundos consta da ata da assembléia convocada
 pelo Opportunity no dia 17 no Monitor Mercantil (jornal carioca de economia). E a estréia do ex-governador (Antônio) Britto (que acabara de ser contratado pelo Opportunity) no
 fascinante mundo do lobby financeiro, quem diria?, ainda não foi 
revelada por ninguém’. Aí vai o texto…’. Um abraço, Boechat’ e tal. Aí, 
começei da seguinte maneira. É um texto curto e tal. Dizendo assim: (O jornalista lê na íntegra a reportagem que foi publicada em O Globo no dia seguinte.)
Paulo – Tá ótima a matéria, diz tudo o que a gente queria falar.
 
 Boechat – Agora, não dá pra dizer que a atitude é ilegal, entendeu? Mas é isso aí.
 
 Paulo – A matéria tá 
muito bem-feita, meu querido. Tá na conta. Não precisa botar mais p… 
nenhuma, não. O resto é como você falou: é adjetivação que você não pode
 colocar. (…)
 
 Boechat – Os caras disseram que vão dar bem a matéria, vamos ver. (…)
 
 Paulo – Amanhã, eu te ligo pra te dar notícia da matéria.
 
 Boechat – Pra saber se deu certo."
E aí o Boechat(o) tem moral para ficar cantando de galo?



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