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quarta-feira, 12 de junho de 2013

MARTYN LLOYD-JONES E A PALAVRA SACRAMENTO



Por  Martyn Lloyd-Jones
 A igreja e as Últimas Coisas, pp. 40-41


A palavra “sacramento” tem sido usada pela Igreja Cristã por muitos séculos, e no entanto sinto-me inclinado a concordar com aqueles que ensinam que é uma pena que esta palavra ainda seja ainda usada. É um termo que não se encontra nas Escrituras, mas que foi introduzido na Igreja e em seu ensino nos séculos subsequentes. Há bem pouco para ser examinado na filologia ou na derivação da palavra sacramento, exceto que nos ajuda a ver como a palavra veio a ser escolhida pela Igreja.

Nossa palavra “sacramento” procede do latim sacramentum, termo este de cunho legal. Numa disputa legal há sempre dois elementos- o acusador e o acusado. Ora, no mundo antigo era costume que ambas as partes depositassem certa quantia em dinheiro no tribunal; e então, quando o caso fosse decidido, o dinheiro daquele que perdia a causa era entregue pelo tribunal para determinados propósitos religiosos. Esse depósito em dinheiro foi chamado sacramentum. E assim “sacramento”, significando um depósito, uma garantia, foi aplicado ao batismo e à Ceia do Senhor.

Infelizmente, a palavra latina, sacramentum, foi também usada para traduzir a palavra grega “mistério”, a qual, nas religiões pagãs, era a palavra usada para um rito secreto ou cerimônia de iniciação. Creio que ainda hoje determinados movimentos pagãos possuem ainda alguma tipo de rito iniciatório de ingresso. Certamente esse era o caso das religiões pagãs de mistério no mundo antigo, e que essa ideia foi tomada por empréstimo pela Igreja Cristã a fim de descrever os meios da graça que se apresentam ao povo dessa forma particular.

Repito, é uma pena que a palavra “sacramento” seja ainda usada, mas foi assim que aconteceu, e talvez tenhamos que aceitar as coisas como elas são. Pessoalmente, tento não usar esse termo. Na igreja, nunca anuncio que “o sacramento da Santa Comunhão” será administrado. Em vez disso, digo: “Espero que nos encontremos à mesa da comunhão para participarmos da Ceia do Senhor”. E faço isso bem deliberadamente. 

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