Texto Base: Ef. 2. 11-22
Texto áureo: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt.
16.18).
Objetivo da Lição: Ao término da lição o aluno
deverá saber a origem da Igreja, definir o termo, e demostrar as marcas de uma
verdadeira igreja.
A Bíblia na Semana
Seg.
Ef. 1.1-13
Ter.
Ef. 2.11-22
Qua.
At. 2. 42-47
Qui.
1Pd. 2.1-10
Sex. Ef.
1.15-23
Sab.
1Co. 12. 12-27
Dom. 1Jo. 4.7-21
INTRODUÇÃO
Começamos nesse quadrimestre a estudar
a comunidade dos fiéis, a Igreja do Senhor Jesus. A doutrina da Igreja chama-se
eclesiologia e como cristãos é muito importante conhecê-la. Você já parou para
pensar nesse assunto? Será que você estaria preparado para responder a uma
pessoa que te perguntasse o que é a Igreja? Você precisa saber disso, e nessa
lição vamos aprofundar sua compreensão desse fato.
No artigo 19° da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais
do Cristianismo (1876), confissão de fé dos Congregacionais brasileiros
está escrito:
A Igreja de Cristo no céu e na
terra é uma só (1) e compõe-se de todos os sinceros crentes no Redentor (2), os
quais foram escolhidos por Deus, antes de haver mundo (3), para serem chamados
e convertidos nesta vida e glorificados durante a eternidade (4).
(1)
Ef.
3.15; (2) 1Co. 12.13; (3) Ef. 1.11; (4) Rm. 8. 29-30
A mais antiga
e conhecida declaração de fé dos congregacionais, a Declaração de Savoy de Fé e
Ordem (1658), traz a seguinte definição para a Igreja:
A Igreja católica
ou universal, a qual é invisível, consiste de todo o número dos eleitos que têm
sido, são ou serão reunidos num só corpo, sob Cristo- sua Cabeça; ela é a
Esposa, o corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas (XXVI,
1).
Pois bem,
pensando nessas definições vamos nos aproximar das Escrituras para entender que
elas têm a dizer sobre a Igreja.
I-
O mistério
Revelado.
a)
De onde vem a
Igreja? Quem lê com atenção os primeiros três capítulos da carta de
Paulo aos Efésios acha com facilidade a resposta para a pergunta inicial. Ali
está exposto que a igreja se origina na mente de Deus muito antes da fundação
do mundo (Ef. 1.3-6), e foi revelada na história, a partir das boas-novas (evangelho) de Jesus Cristo (Ef. 1.22-23; 2; 3.1-13). Onde e como a
Igreja começou aqui em nosso mundo? Preste atenção:
b)
O povo de Deus no
AT. No Antigo Testamento havia um povo que servia a Deus e este povo estava
majoritariamente entre os judeus. Eles eram chamados de a comunidade de Deus
(Êx. 19.5; Dt. 7.6; 14.2; Sl.135.4; Ml. 3.17), e tinham uma aliança com Ele. Deve
ficar claro que nem toda nação judaica era reta diante do Senhor, mas existia
no meio deles um remanescente (grupo) fiel. Mas, a adoração desse povo ainda
não era perfeita, pois o Messias ainda não havia se revelado.
c)
O mistério
revelado. O Novo Testamento traz Cristo e com Ele muitas mudanças. O
povo de Deus nesta época da graça (Jo.1.17) faz parte agora de uma nova aliança
(Jr. 31. 31-33. Lc. 22.20; Hb. 8). De acordo com Paulo um grande mistério foi
revelado a ele, agora não só os judeus são o povo de Deus, mas também os
não-judeus poderiam fazer parte da mesma comunidade, a Igreja. A vinda de
Cristo transforma todos os adoradores do Senhor num único povo, sem distinções,
e esse povo forma o Corpo de Cristo. Foi
essa comunidade espiritual que Jesus veio edificar (Mt. 16.16-18; Ef. 3. 8-12;
Tt. 2.14). A partir de Cristo todos os adoradores de Deus, em todos os
tempos, remidos por Ele estão em sua
Igreja.
d)
A fundação da
Igreja. Antes de sua morte Cristo prometeu o Espírito Santo aos seus Discípulos
(Lc. 24.49), pois já no Antigo Testamento Deus através do profeta Joel havia
anunciado este tempo (Jl. 2. 28-32). Então, após a morte e ressurreição de
Jesus, nos dia de Pentecoste esta promessa foi cumprida, o Espírito desceu
sobre os crentes reunidos em oração em Jerusalém (At. 1.12-14; 2.1-4), batizando-os
e formando ali a Igreja Cristã, organismo vivo, composto de pedras vivas (1Pd.
2.5-10) que congregará a partir daí todos os salvos.
II-
O Significado da
Igreja
a)
Uma palavra muito
importante. A palavra que os autores do Novo Testamento usam para se
referir ao povo de Deus é έκκλησια (ekklêsia). O famoso erudito em grego H. E.
Dana informa que o uso de Ekklêsia no grego clássico era para significar uma
assembléia. A antiga população grega organizava-se em cidades-estado, cada
cidade principal tinha seu próprio governo. A autoridade governamental recaia
sobre certos cidadãos competentes que formavam as assembléias legislativas.
Assim, usava-se comumente esta palavra com referência aos grupos de
representantes que se reuniam para levar adiante seus princípios
democráticos. As ekklêsias eram
assembléias de cidadãos locais, autônomas, e democráticas (Manual de Eclesiologia, p. 7-10).
Também convém
notar que a palavra ekklêsia nunca é usada no NT para se referir a um prédio,
uma denominação, mas a grupos locais (At. 8.1; Rm. 16.16; 2Ts. 1.4), e a todo
povo de Deus através dos séculos (Mt. 16.18; 1Co. 15.9; Ef. 5.25-26). Para os
escritores bíblicos a Igreja é um organismo vivo, e cada igreja local é uma
igreja completa.
b) Conceitos de Igreja na história. O conceito de
Igreja foi sendo construído durante a história.
b1- A Eclesiologia não recebeu muito destaque nos primeiros anos
da era cristã. Os Pais da Igreja, primeiros teólogos após os apóstolos,
entendiam a Igreja como o novo povo de Deus, o novo Israel, a nova sociedade espiritual de crentes em
Jesus.
b2- No sec. III, a Igreja era entendida como o único meio de
salvação. Cipriano escreveu que se afastar da Igreja visível, era perder o
direito à salvação, fazendo assim a salvação depender completamente da pertença
a Igreja.
b3- No sec. IV Agostinho elaborou sua teologia da Igreja definido-a
como o Corpo de Cristo, e fazendo uma distinção entre a Igreja invisível
(conhecida apenas por Deus), e a Igreja visível sobre a terra. Em 381 o
Concilio de Constantinopla deu os contornos finais às marcas da Igreja aceitas
até o dia de hoje. Estas marcas são as seguintes:
·
A Igreja é Una- O testemunho do
NT quanto a unidade da Igreja é claro (Rm. 1.10-30; 12. 3- 8; 1Co. 12; Ef.
4.1-6). Mas, esta unidade não implica uniformidade, pois dentro da Igreja
existe diversidade de dons e ministérios, mas no essencial a unidade é
requerida.
·
A Igreja é Santa- A união com
Cristo envolve santidade (1Pd. 13-21), e quem faz parte da Igreja é chamado à
santidade (1Co.1.2).
·
A Igreja é Católica
(universal)- A palavra católica significa que a Igreja não é exclusivista,
mas está aberta a todos, ela universal. Seu alcance é o mundo.
·
A Igreja é Apostólica- A Igreja é um
edifício vivo edificado sobre o fundamento dos apóstolos (Ef. 2.20-22), ou
seja, ela recebeu sua fé dos apóstolos e deve continuar crescendo e ensinando a
doutrina deles (2Tm. 2.2).
Una, santa, católica, e apostólica essas devem ser
características que definem a natureza da verdadeira igreja em todos os tempos.
III-
As Marcas da
Reforma para a Igreja
Como distinguir
uma igreja verdadeira de uma falsa (Ap. 2.9; 3.9)? Como saber se uma igreja é
verdadeira nos tempos tenebrosos em que vivemos? Bem, na época da Reforma homens lutaram para dar
resposta a essas perguntas, já que eles estavam saindo da Igreja Romana. Como provar que a Igreja Romana era falsa e
que as comunidades começadas por estes reformadores eram verdadeiras? Para isso apontaram as marcas que uma igreja
verdadeira deveria ter.
a)As marcas para Lutero- A Confissão de Fé de Augsburgo (1530), assim se referia a Igreja no
seu artigo 7:
Ensina-se também
que sempre haverá e permanecerá uma única santa igreja cristã, que é a
congregação de todos os crentes, entre os quais o evangelho é pregado e os
santos sacramentos são administrados de acordo com o evangelho.
Assim, de acordo com esse ponto de vista, onde houvesse a fiel
pregação da Palavra e a administração das ordenanças, ali estaria uma igreja
verdadeira.
b)As marcas para Calvino- Calvino assim se expressou sobre o
assunto:
Eis então de que
modo a face da Igreja se manifesta ante nossos olhos: onde a Palavra de Deus é
sinceramente pregada e ouvida, e vemos que os sacramentos são administrados
segundo a instituição de Cristo, não podemos de modo algum duvidar de que ali
está uma igreja de Deus... Pois, se uma igreja exerce o ministério da Palavra,
e o honra, e, além disso, mantém a correta administração dos sacramentos, é
preciso reconhecê-la como igreja... sustentamos que a pregação da Palavra de
Deus e a administração dos sacramentos são os sinais distintivos para se
reconhecer a Igreja... (Institutas,
4.1.9-10).
c) A marca da disciplina. Subseqüentemente, no fim do sec. XVI
outros reformadores também consideraram que uma das marcas principais da
verdadeira Igreja seria o fiel exercício da disciplina.
Portanto,
encontra-se uma igreja verdadeira em todo lugar onde estas marcas forem vistas.
Sabemos que em nossos dias poucos grupos pregam a Palavra de maneira fiel,
celebram as ordenanças como as Escrituras prescrevem e exercem de maneira
bíblica a disciplina eclesiástica. É hora de pensarmos se em nossas igrejas
encontramos as características de uma verdadeira igreja de Deus.
CONCLUSÃO
A igreja cristã é
o conjunto dos regenerados de todos os tempos (Hb. 12.23), é um grupo
sobrenatural que tem a sua descendência não no primeiro Adão, mas no segundo
(1Co. 15. 45), e que manifesta o pode do Cristo divino. Este povo chamado por Deus,
eleito antes da fundação do mundo (Ef. 1.3-5), é a agencia de Deus sobre a
terra de proclamação de sua Palavra e adoração ao seu nome. Não é nenhum tipo
de instituição, objeto impessoal, mas sim, é o corpo de Cristo, constituído de
componentes vivos (1Co. 12.12-27).
Porém, na
manifestação histórica da Igreja, nem toda casa que leva esse nome é uma igreja
verdadeira, para isso essa comunidade tem que levar as marcas que distinguem a
comunidade de Deus. Devemos estar apercebidos destas marcas: unidade, santidade,
catolicidade, apostolicidade, pregação da Palavra, celebração das ordenanças,
disciplina bíblica, para saber se o grupo do qual fazemos parte é uma
verdadeira igreja. Isso para que não consideremos igreja grupos que não são.
Como cristãos
devemos conhecer a ekklêsia na qual somos parte e entender que o Senhor Jesus
Cristo é o seu Cabeça eterno, e está no meio dela (Mt. 18.20). Em Apocalipse
Ele é apresentado no meio dos candeeiros, ou seja, das igrejas (Ap. 1.13,20), e
isso é glorioso porque nos mostra que o Senhor é quem nos sustenta. Ela as
corrige, adverte, e parabeniza, participa de perto de sua vida cotidiana. A
presença de Jesus é a garantia de que nunca “as portas do inferno prevalecerão
sobre ela”.
Aprofundando
1-
O que é a Igreja?
2-
Qual a origem da Igreja?
3-
Quais as marcas da Reforma para a Igreja?
4-
Quais marcas da Igreja você encontra em sua igreja local?
____________________________
* Lição publicada na revista para Escola Bíblica da Aliança Congregacional, para informações alianca.b@hotmail.com
Um comentário:
Pergunte aos apóstolos principalmente Paulo que fundou várias igrejas no pentecoste.
Igreja físicas é constituida por Deus sim! Se não os apóstolos não fundavam igrejas.
Tiveram a direção de Jesus para isto.
Era vontade de Jesus fundar igrejas físicas para o povo reunir sim!
Está na bíblia é só deixar o Espírito Santo lhe mostrar e parar de questionar o que a bíblia diz.
Se as igrejas hoje estão frias,errante, é por culpa do pecado e da apostasia do povo.
Jesus Cristo disse que no final dos tempos o amor de muitos esfriará, quase todos.
Então é o que estamas vendo, o amor de Deus esfriando nas igrejas físicas, no povo de Deus, onde congregam seus santos.
Mas ainda virá um avivamento espiritual ainda no povo de Deus para a volta de Jesus.
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