João Cabral de Melo Neto
Nas aulas de Apologética
que nunca apurei o que era,
depois de enredar-se em frases
que se iam pelas janelas,
o Irmão Marista, sem rumo,
dizia: as provas são estas;
se concluímos ao contrário
é que a língua não tem setas
e para falar de Deus
este idioma não presta.
Mas que Deus existe mesmo,
mesmo se a língua se enreda,
eis um fato que diz tudo,
que é histórico e ninguém nega:
Voltaire, que negava Deus,
quando a Morte se apresenta,
bebe seu próprio urinol,
de si mesmo se envenena.
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