No princípio (Gr.: en archei). Arché é definido, embora anartro como nosso em casa, na cidade, e semelhante ao hebraico bereshith em Gn. 1:1. Mas Westcott nota que aqui João leva nossos pensamentos ao tempo além do começo da criação, para eternidade. Não há nenhum argumento aqui para provar para a existência de Deus como em Gênese. Simplesmente é assumido. Ou Deus existe e é o Criador do universo como cientistas como Eddington e Jeans assumem ou a matéria é eterna, ou, então, tudo saiu de nada.
Era (Gr.: en). Três vezes nessa sentença João uso o imperfeito de eimi “ser” o que transmite a idéia de origem para ou Deus ou o Logos, simplesmente existência contínua. Um verbo bem diferente (Gr.: egeneto, “tornar-se”) aparece em João 1:14 para o princípio da Encarnação do Logos. Veja a distinção nítida tirada em João 8:58 “antes que Abraão existisse (Gr.: genesthai), eu sou.” (Gr.: eimi, existência eternal).
A Palavra (Gr.: ho logos). A palavra Logos vem de lego, uma palavra antiga em Homer, coletar, colocar as palavras lado a lado, falar, expressar uma opinião. O Logos é comum para razão, assim como também para discurso (ou fala. N do T) Heráclito usou ela para se referir ao princípio que controla o universo. Os Estóicos empregaram ela para se referir a alma do mundo (Lat.: anima mundi) e Marcos Aurélio usou spermatikos logos para se referir ao princípio generativo na natureza. A palavra hebraica memra usada nos Targuns para se referir a manifestação de Deus como o Anjo de Jeová e a sabedoria de Deus em Provérbios 8:23. Dr. Jr Rendel Harris acha que havia um livro de sabedoria que combinava as frases de Provérbios e Sabedoria de Salomão que João usou em seu prólogo (The Origin of the Prologue to St. John, p. 43) que ele se submeteu a reproduzi-lo. De qualquer forma, o ponto de João é referente ao Antigo Testamento e não aquela entre os Estóicos, nem mesmo o judeu Filo que usava o termo Logos, mas não a concepção de João pessoal da pré-existência. O termo Logos é aplicado a Cristo apenas em João 1:1, 14; Ap 19:13; e 1João 1:1. Há uma possível personificação da “Palavra de Deus” em Hebreus 4:12. Mas a pré-existência pessoal de Cristo é ensinada por Paulo (2Cor 8:9; Fil 2:6; Col 1:17) em em Hebreus 1:2 e em João 17:5. Esse termo se adéqua bem ao propósito de João melhor do que Sophia (sabedoria) e é sua respostas ao Gnósticos que negava a humanidade de Cristo (Gnósticos Docéticos) ou que separava o aeon Cristo de o homem Jesus (Gnósticos Cerintians). O pré-existente Logos “tornou-se carne” (Gr.:sarx egeneto, João 1:14) e por essa frase João responde ambos grupos de hereges de uma só vez.
Com Deus (Gr.: pros ton theon). Embora existindo eternamente com Deus, o Logos estava em perfeita comunhão com Deus. Pros com o acusativo demonstra uma igualdade plana e íntima, face a face um com o outro. Em 1João 2:1 nós temos um uso parecido de pros: “Nós temos um Paracletos com o Pai” (Gr.: parakleton echoman pros ton patera). Vejaprosopon pros prosopon (face a face 1Coríntios 13:12), um uso tripulo de pros. Há um exemplo em um papiro com pros nesse sentido to gnoston tes pros allelous sunetheias, “o conhecimento de nossa intimidade com um ao outro” (M.&M, Vocabulário) que corresponde a afirmação de Rendel Harris, Origin of Prologue, p. 8) que o uso de pros aqui e em Marcos 6:3 é uma mero aramaísmo. Não é um idioma clássico, mas esse é o koiné, não o antigo Attic. Em João 17:5 João usa para soi uma expressão mais comum.
E a Palavra era Deus (Gr.: kai theos em ho logos). Por meio de uma linguagem exata e cuidadosa, João nega o Sabelianismo (Sabelianismo, também conhecido como modalismo é a crença estabelecida no Século III de que a Trindade não se configura em três pessoas, mas em modos, ou atributos de Deus.) por não dizer ho theos en ho logos. Isso significaria que tudo de Deus foi expresso no ho logos e os termos seriam intercambiáveis, cada tendo o artigo. O sujeito é feito claro pelo artigo (Gr.: ho logos) em o predicativo sem ele (theos) assim como em João 4:24 pneuma ho theos pode apenas significar “Deus é espírito”, não “espírito é Deus”. Assim em 1 João 4:16 ho theos agape estin pode apenas significar “Deus é amor,” e não “o amor é Deus” assim como os assim chamados cientistas cristãos confusamente diriam.
Para o artigo com o predicativo veja Robertson, Gramática, PP. 767f. Assim em João ho logos sarx egeneto, “a Palavra se tornou carne,” não “a carne de tornou a Palavra”.
Lutero afirma que aqui João contradiz o Arianismo também, porque o Logos era eternamente Deus, associação com Deus e Filho, com Orígenes chamado a Geração Eterna do Filho (cada um necessário ao outro). Assim, na Trindade nós vemos a associação pessoal em igualdade.
Fonte: The Robertson's Word Pictures of the New Testament de Archibald Thomas Robertson. Copyright © Broadman Press 1932,33, Renewal 1960.
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