A população de Lagoa Grande, em Pernambuco, não teve Carnaval este ano porque a prefeitura o substituiu pelo Peniel (Projeto de Evangelização das Igrejas Evangélicas), realizado no período de 5 a 9 deste mês.
Quem recebeu a chave da cidade no lugar do Rei Momo foi o pastor Expedito Belo da Silva, presidente da comissão do Peniel. Em vez de músicas carnavalescas, houve na praça apresentação de canções gospel. O consumo de bebidas alcoólicas foi desestimulado.
As escolas se incorporaram ao projeto com a realização de disputas esportivas e palestras sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e orientação sobre acidente doméstico.
De acordo com o site da prefeitura municipal, o objetivo do Peniel foi “resgatar almas para o reino de Jesus Cristo e elevar a estima das pessoas”.
Lagoa Grande tem 23 mil habitantes e fica a 659 km de Recife, a capital. É uma das cidades mais desenvolvidas de Pernambuco.
A prefeita e evangélica Rose Rose Mary de Oliveira Garziera disse que suspendeu o Carnaval a pedido de 12 igrejas evangélicas.
O pastor Vitório Lopes de Souza, da Igreja Batista Pentecostal do Evangelho Pleno, disse que o evento foi um sucesso. “Passamos dias respirando o ar de uma cidade pacífica, coisa que não temos visto durante o Carnaval no Brasil.”
Em dezembro do ano passado, Ricardo Gondim, pastor da Igreja Betesda e crítico do movimento evangélico, escreveu que Deus livre o Brasil de se tornar um país de maioria de crentes, porque, entre outras coisas, acabaria o Carnaval.
2 comentários:
Não sei se Ricardo Gondin gostou da idéia, mas certamente Deus gostou. Como seria bom se o povo de Deus mostrasse sua cara e a glória de Deus...o mundo viveria melhor.
Pergunto-me: "E como fica a administração pública (que deveria ser laica) nessa história?". Talvez muitos aplaudam o envolvimento da prefeitura nessa situação. Entretanto, é preciso que si diga que a administração pública não pode incorrer numa ação que favoreça um grupo apenas, especialmente no que diz respeito à sua religião. Isso se consumaria como uma ilegalidade diante da CF.
Daí: será que os fins justificam os meios? É justo que alguns estejam privados de exercer a sua manifestação cultural (liberdade) a favor de um imposição religiosa criada pelo poder público?
Precisamos refletir bem...
Joelson,
Deus te abençoe sempre.
Léo.
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