A Igreja mórmon, oficialmente conhecida como A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, opera com numerosos templos sagrados em todo o mundo. Ela afirma que estes impressionantes edifícios e os rituais incomuns neles realizados (tais como o batismo pelos mortos e o casamento eterno) são uma extensão do templo de Jerusalém descrito na Bíblia. Também afirma que a igreja primitiva estabelecida por Jesus Cristo e Seu apóstolos praticava esses rituais.
Como você está visitando este templo mórmon, considere, por favor, estas perguntas:
* Há base bíblica e histórica para afirmar que os templos e seus rituais fossem parte do cristianismo original?
* É fundamentada a afirmação de que a igreja mórmon é a única igreja cristã, verdadeira e “restaurada”?
Nenhum propósito em comum
Uma comparação entre as atividades do templo bíblico e dos templos mórmons mostra claramente que entre ambos não há nada
Os templos mórmons, pelo contrário, servem como lugares para a realização de rituais incomuns, que incluem o batismo pelos mortos e o casamento eterno. Por meio desses rituais, os homens podem vir a se tornarem deuses, segundo a igreja mórmon e suas escrituras (Doutrina e Convênios 132:19, 20).2 A igreja mórmon declara que esses ritos eram parte do cristianismo do primeiro século, mas que foram sabotados por apóstatas. Os mórmons declaram ainda que todas as outras igrejas são falsas e apóstatas;3 que o mormonismo é a única forma verdadeira de cristianismo no mundo. Entretanto, esses rituais do templo mórmon não têm nenhuma base, seja na Bíblia, na literatura judaica antiga ou na história cristã.
No interior de cada templo mórmon existe uma impressionante fonte batismal, montada nas costas de doze bois esculpidos em tamanho natural (veja figura 2). Essa fonte é modelada segundo uma descrição da Bíblia de um grande reservatório de água, um lavatório (também chamado “bacia” ou “mar”), que era localizado do lado de fora da porta do templo de Salomão (2 Crônicas 4.2, 15, veja figura 1). Entretanto, o lavatório do templo bíblico não era usado para batismos, como a igreja mórmon ensina (pelo fato do batismo cristão ser uma ordenança do Novo Testamento). Pelo contrário, as Escrituras afirmam claramente que o reservatório era utilizado pelos sacerdotes para se lavarem depois do oferecimento dos sacrifícios de animais, em preparação para a ministração no santuário (Êxodo 30.18–20; 2 Crônicas 4.2–6). Em outro artigo deste folheto (“Estabeleceu Jesus o Batismo pelos Mortos?”) demonstra-se que não existe qualquer evidência na Bíblia nem na história cristã dos primeiros séculos para apoiar a ordenança do templo mórmon do batismo pelos mortos.
Da mesma maneira, o rito do casamento eterno, que ocorre no templo mórmon, jamais foi praticado no templo bíblico. E mais: não existe uma única menção de tal rito na Bíblia, na literatura judaica antiga ou na história da igreja primitiva. Pelo contrário, em Romanos 7.2, o apóstolo Paulo ensina claramente que o casamento é somente para a vida mortal: “Ora, a mulher está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal.” Da mesma forma, Jesus nos ensinou que “na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como anjos no céu” (Mateus 22.30). O rito mórmon do casamento eterno no templo não é uma prática cristã ou bíblica.
Regras bíblicas violadas
Um segundo ponto para considerar é que muitas regras que Deus revelou a respeito do templo bíblico são violadas dentro dos templos mórmons. Aqui são citados quatro exemplos:
1. Deus designou somente um templo (Deuteronômio 12.5, 13–14; 16.5, 6). Em contrapartida, a igreja mórmon funciona com centenas de templos, em franca violação a este mandato divino.
2. No templo bíblico, somente os sacerdotes tinham permissão para entrar. O santuário do templo de Jerusalém consistia em dois aposentos. Havia um compartimento externo, chamado de “o lugar santo”, e, separado deste por uma cortina ou véu espesso, um cômodo interno chamado “o santo dos santos” (veja figura 1). Os adoradores, incluindo o rei de Israel,4 não podiam ir além do altar do holocausto no átrio. Considerando que na igreja mórmon se permite entrar e participar de atividades do templo aos que não são sacerdotes, encontramos aí outro ponto no qual os ritos nos templos mórmons contradizem a revelação bíblica.
3. Todas as atividades no templo bíblico eram de conhecimento do público. Mesmo que a entrada no templo fosse permitida somente aos sacerdotes, todas as atividades ali realizadas foram explicadas com detalhes nas Escrituras (por exemplo, Êxodo 30.7-10; Levítico 4.5–7; 16.1–34; 24.1–9).5 A Bíblia alerta o cristão contra a participação em atividades secretas (Mateus 10.26, 27; Efésios 5.11, 12). E o próprio Jesus afirmou não ter nenhum ensinamento secreto, quando disse: “Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, (...) e nada disse em oculto”(João 18.20). Em total oposição a Jesus, a igreja mórmon insiste em manter em segredo os rituais do templo.6
O Templo torna-se obsoleto
Ao final de Seu ministério terreno, Jesus Cristo predisse que o templo de Jerusalém estava a ponto de ser destruído (Mateus 24.1, 2). Ele disse a Seus discípulos: “Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada”. Esta profecia se cumpriu no ano 70 d.C. quando Tito, um general romano, demoliu o templo. Desde então o templo nunca mais foi reconstruído.
Em outra oportunidade, Jesus dissera que a adoração no templo seria substituída por uma nova forma de adoração, sem a necessidade de um edifício: “(...) podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. (...) Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (João 4.21, 23).
Um evento dramático na hora da morte de Cristo na cruz sinalizou o final da adoração no templo. No mesmo momento
O espesso véu do templo (veja figura 1) era uma barreira que evitava que os sacerdotes olhassem para o interior do compartimento mais recôndito do templo, o Santo dos Santos. Este santuário interior era o lugar onde se manifestava a presença santa e gloriosa de Deus. Somente ao sumo sacerdote era permitido entrar no Santo dos Santos — uma única vez por ano — no dia da Expiação (Yom Kipur). O véu significava que o acesso à presença de Deus não foi verdadeiramente proporcionado pela Antiga Aliança. Nas palavras do livro de Hebreus 9.8 este conceito é claramente expresso: “querendo dar com isto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santo Lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido”. Segundo antigos relatos judaicos, o espesso véu era tão forte que dois grupos de bois puxando o véu em direções opostas não poderiam rasgá-lo.9 Seguramente, o rompimento do véu de cima a baixo no momento da morte de Cristo foi um ato sobrenatural de Deus. Foi a resposta do Céu ao contemplar que Jesus havia completado Seu sacrifício expiatório na cruz — de uma vez para sempre. Através da fé em Cristo, todos os crentes têm agora livre acesso à presença de Deus. Nas palavras do livro de Hebreus: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sacerdote que penetrou nos céus (...). Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”(Hebreus 4.14–16; veja também 6.19; 10.19–22).
O véu rasgado significou o fim do sistema de culto dos hebreus num templo. Esse sistema está obsoleto, e não temos necessidade de um sacerdote humano nem de um templo físico para nos aproximarmos de Deus. Sob a Nova Aliança estabelecida por Jesus Cristo, Ele se fez sumo sacerdote no santuário do céu para cada crente. Assim é que um tal “templo cristão”, como propõe a igreja mórmon é uma contradição.
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NOTAS:
1 As citações bíblicas são as versão João Ferreira de Almeida, revista e atualizada, 2ª edição, 1993.
2 Veja também Princípios do Evangelho, p. 231; Como Conseguir um Casamento Celestial, p. 124.
5 O conhecimento e interesse do povo no ministério dos sacerdotes no santuário é ilustrado em Lucas 1.10. Um dos deveres diários dos sacerdotes no Lugar Santo era queimar incenso — o símbolo da oração (Salmo 141.2; Apocalipse 5.8; 8.4) — no altar de incenso que ficava imediatamente em frente ao véu (veja figura 1). A Bíblia narra que, enquanto o sacerdote Zacarias realizava essa tarefa, “toda a multidão do povo permanecia da parte de fora, orando” (Lucas 1.10). Sua oração era, sem dúvida, para que o serviço que Zacarias fazia pelo povo fosse aceito diante do Senhor.
7 Levitas provenientes de linhagens de outra famílias que não a de Aarão cumpriam deveres de menor hierarquia no templo, supervisionados pelos sacerdotes (Números 3.5–9). Um estudo científico, recentemente publicado na prestigiosa revista britânica Nature, mostra haver sido encontrado um elo genético entre os homens judeus contemporâneos que afirmavam ser da linhagem do sacerdócio aarônico. Isso dá apoio à afirmação de ser possível traçar uma linha de ascendência comum, de mais de 3 mil anos, até chegar a Aarão, a personagem bíblica. O estudo, dirigido pelo professor Karl Skorecki, do Centro Médico Rambam, Instituto Technion-Israel em Haifa, Israel, encontrou “claras diferenças na freqüência de haplótipos do cromossomo Y entre sacerdotes judeus e suas contrapartes leiga”. Esta concordância genética foi encontrada nos que reivindicavam ascendência sacerdotal nas comunidades sefardita e asquenazita. O cromossomo Y é encontrado somente em homens e é transmitido através do pai. Veja Y Chromossomes in Jewish Priests (Cromossomos Y
8 O assunto também constitui uma séria objeção ao Livro de Mórmon. O povo que ele descreve (chamado nefita — hebreus imigrantes pré-colombianos das Américas) possuía templos e observava “todas as coisas, de acordo com a lei de Moisés” (2 Néfi 5:10; 25:34). Também são eles descritos como descendentes de José (1 Néfi 5:16; ou Manassés, uma das tribos associadas a José, Alma 10:3) e não descendentes da tribo de Levi. Por este motivo, as pessoas descritas no Livro de Mórmon não poderiam ser validamente reconhecidas como sacerdotes.
Ainda que o nome Aarão apareça 48 no Livro de Mórmon , ele nunca é usado para se referir à personagem bíblica Aarão ou ao sacerdócio aarônico. Segue-se, aqui, uma lista de outros termos relacionados com o tabernáculo e/ou o templo usados no Antigo testamento (com o número de vezes se sua freqüência entre parênteses) e que não são mencionados uma única vez no Livro de Mórmon: “bacia”(13); “incenso”(121); “arca da aliança” (48); “filhos de Aarão (97); “propiciatório”(23); “dia da expiação” (21); “festa dos tabernáculos” (17); “Páscoa”(59); “casa do Senhor” (627).
9 Citado por M. R. DeHaan, The Tabernacle (Grand Rapids: Eerdmans, 1955), p. 115.
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4 comentários:
E assim também todas as igrejas evangélicas com seus templos e sarcedotes (apóstolos, bispos e pastores)... se não há necessidade de templo, como ensinou Jesus, porque continuamos a insistir na construção de "igrejas", templo ou santuários com seus altares (púlpitos)!
Prezado Joelson,
Meu nome é Evandro, sou membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, citada em seu blog como Igreja Mórmon.
Li sua postagem e posso afirmar com toda propriedade, pois sou membro da igreja há 21 anos e servi como missionário durante dois anos na região norte do Brasil, que suas colocações a respeito do templo e de nossa religião estão equivocadas.
O templo não é um lugar secreto, é um lugar sagrado. São coisas diferentes.
Nossa igreja não desreispeita outras religiões, como você afirmou, muito pelo contrário, respeitamos todas as pessoas e todas as crenças e honestamente eu nunca vi um blog de um SUD destinado somente a falar mal de outras religiões.
Por último, minha intenção aqui não é entrar em um debate religioso e sim esclarecer que as crenças apresentadas por você e creditadas a nossa religião estão equivocadas.
Vale ressaltar também que na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ninguém é persuadido a acreditar em nada. Muito pelo contrário, todos são convidados a orar e perguntar ao próprio Deus a respeito da veracidade de tudo o que é ensinado. Afinal "Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá liberalmente e o não lança em rosto, e ser lhe-á dada" (Tiago 1:5).
Então meu amigo, Deus mostra a todos o que é verdadeiro e o que é falso. E eu convido a todos os que queiram realmente conhecer nossas crenças, inclusive você Joelson, a solicitar uma visita aos missionários que todos já vimos ensinando o evangelho as pessoas.
Prometo a todos que conhecerão uma religião de respeito e amor ao próximo, com valores familiares eternos e com a autoridade de Deus para ensinar o evangelho e realizar as ordenanças eternas.
Evandro, já recebi os missionarios e não rsponderam as perguntas que fiz so com o livro mormon. uma delas que talvez vc responda: porque não existe NENHUMA REFERENCIA ARQUEOLOGICA OU HISTORICA ACERCA DO TAL LIVRO? Espero a resposta. Quanto ao que esta escrito está com a bibliografia confira. Sobre a questao de orar para saber se e verdade esse é um argumento subjetivo, nós cristãos estudamos as Escrituras para saber a verdade.Eu orei e descobri que só a Biblia é a verdade e o cristianismo e não a SUD. Volte sempre.
Missionários mormons já me visitaram, os meus conhecimentos a respeito das diversas crenças está em um grau menor que do autor deste blog, no entanto, não tiveram respostas para minhas perguntas. A mais simples foi.Efesios 4.11 afirma que "ele deu... apóstolos, profetas evangelistas pastores e doutores, Romanos 12 também diz que em primeiro lugar apótolos... porque na IJCSUD o profeta é posto acima dos apótolos? Porque há um unico profeta? O que dizer da igreja restaurada dos santos dos ultimos dias?... preciso dizer que nunca mais voltaram?
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