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quarta-feira, 10 de março de 2010

SUBMISSÃO A DISCIPLINA DE DEUS


Por natureza, não somos inclinados à submissão. Nascemos neste mundo possuídos por um espírito de insubordinação. Somos descendentes de nossos primeiros pais rebeldes e, por isso, herdamos a natureza deles. O homem nasce com uma natureza rebelde, semelhante à de um jumento selvagem (cf. Jó 11.12). Isto é muito desagradável e humilhante, mas é verdadeiro. Isaías 53.6 nos diz: “Cada um se desviava pelo caminho”, que é um caminho de oposição à vontade revelada de Deus. Mesmo na conversão, a nossa natureza rebelde e voluntariosa não é erradicada. Recebemos uma nova natureza, mas a velha natureza continua lutando contra a nova; por isso, necessitamos de disciplina e correção. E o grande propósito da disciplina e da correção é trazer-nos à sujeição ao Pai dos Espíritos. Procuraremos atingir dois objetivos: explicar o significado da expressão “estar em... submissão ao Pai” e enfatizar este fato com as razões apresentadas no texto bíblico onde a expressão se encontra (Hb 12.9).

1. A Submissão Idealizada

Estar em “submissão ao Pai” é uma expressão de significado abrangente; portanto, convém que compreendamos suas várias conotações.

1. Significa uma aquiescência ao soberano direito de Deus em fazer conosco aquilo que Lhe agrada.

(Veja Salmo 39.9: “Emudeço, não abro os meus lábios porque tu fizeste isso” .) O crente tem o dever de ficar calado quando estiver sob a vara da disciplina e em silêncio quando estiver passando pelas mais intensas aflições. Todavia, isto é possível somente se pudermos ver a mão de Deus em tais aflições. Se a mão de Deus não for vista na aflição, o coração do crente não fará nada além de queixar-se e irritar-se. Leia 2 Samuel 16.10-11: “Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ora, deixai-o amaldiçoar; pois, se o Senhor lhe disse: Amaldiçoa a Davi, quem diria: Por que assim fizeste? Disse mais Davi a Abisai e a todos os seus servos: Eis que meu próprio filho procura tirar-me a vida, quanto mais ainda este benjamita? Deixai-o; que amaldiçoe, pois o Senhor lhe ordenou”. Que belíssimo exemplo de completa submissão à soberana vontade do Altíssimo! Davi reconheceu que Simei não o podia amaldiçoar sem a permissão de Deus.

“Isto fará o meu coração sossegar: o que meu Deus designar é o melhor!”

No entanto, com raras exceções, a disciplina é necessária, para trazer-nos a este nível de espiritualidade e manter-nos ali.

2. Significa renúncia da vontade própria.

Estar em submissão ao Pai pressupõe uma entrega e uma resignação de nós mesmos a Ele. Uma excelente ilustração deste fato se encontra em Levítico 10.1-3: “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puserem neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor. E falou Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou”. Eles poderiam crescer ao andar em constante comunhão com Deus e em obediência à sua Palavra.

Considere as circunstâncias. Os dois filhos de Arão, provavelmente embriagados na ocasião, foram repentinamente mortos pelo julga-mento divino. O pai deles não havia recebido qualquer conselho que o preparasse para tal aflição. Apesar disso, “Arão se calou”. Oh! Não contenda com Jeová! Seja o barro nas mãos do Oleiro. Tome sobre si o jugo de Cristo, aprendendo dEle, que era “manso e humilde de co-ração” (Mt 11.29).

3. Significa um reconhecimento da justiça e da sabedoria de Deus em todos os seus lidares conosco.

Temos de justificar a Deus. Foi isto que o salmista fez, ao dizer: “Bem sei, ó Senhor, que todos os teus juízos são justos e que com fidelidade me afligiste” (Sl 119.75). Estejamos sempre certos de que a Sabedoria é justificada por seus filhos. Que a nossa confissão a respeito da Sabedoria seja: “Justo és, Senhor, e retos, os teus juízos” (Sl 119.137). Em todas as circunstâncias que nos sobrevierem, temos de atribuir justiça Àquele que nos envia todas as coisas. O Juiz de toda a terra não pode cometer erros.

O cativeiro na Babilônia foi a aflição mais severa que Deus trouxe sobre seu povo terreno na época do Antigo Testamento. No entanto, mesmo naquela circunstância, um coração nascido de novo reconheceu a justiça de Deus no cativeiro: “Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e temível, que guardas a aliança e a misericórdia, não menosprezes toda a aflição que nos sobreveio, a nós, aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos sacerdotes, aos nossos profetas, aos nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje. Porque tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; pois tu fielmente procedeste, e nós, perversamente” (Ne 9. 32-33). Os inimigos de Deus podem falar sobre a sua injustiça; mas os filhos de Deus devem proclamar a sua justiça. Visto que Deus é bom, Ele não pode fazer nada que é errado e injusto.

4. Inclui um reconhecimento do cuidado de Deus e um sentimento do seu amor.

Existe uma submissão amuada e uma submissão estimulante. Existe uma submissão fatalista que toma a seguinte atitude: “Esta situação é inevitável; portanto, me renderei a ela”. Existe uma submissão grata, que recebe com gratidão tudo que Deus tem o prazer de enviar-nos. “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119.71). O salmista viu sua disciplina com os olhos da fé e, ao fazer isso, percebeu o amor que estava por trás da disciplina. Devemos lembrar que, quando Deus traz seu povo ao deserto, Ele o faz para que seu povo aprenda mais sobre a suficiência dEle. Quando Deus os lança na fornalha, Ele o faz para que seus filhos desfrutem da presença dEle.

5. Envolve um cumprimento ativo da vontade de Deus.

Submissão ao “Pai espiritual” é mais do que algo passivo. Os outros significados da ex-pressão, que já consideramos, são mais ou menos de caráter negativo. Todavia, existe também um lado positivo e ativo nesta expressão. Estar em “submissão” também significa andar nos preceitos de Deus e prosseguir no caminho de seus mandamentos. Significa estar em submissão à Palavra de Deus, tendo os nossos pensamentos moldados e os nossos caminhos governados por ela. Existe um fazer e existe um sofrer a vontade de Deus. Ele exige obediência de seus filhos, uma realização de deveres. Quando oramos: “Seja feita a tua vontade”, estamos querendo dizer algo mais do que uma anuência piedosa à vontade do Todo-Poderoso; também estamos querendo dizer: “Seja realizada por mim a tua vontade”. Por conseguinte, sujeição ao Pai espiritual é o re-conhecimento prático do senhorio de Deus.

II. Razões para a submissão

1. Deus é o nosso Pai. É correto e conveniente que os filhos estejam em sujeição ao seu pai. Quão mais correta e conveniente é esta atitude, quando temos a Deus como nosso Pai! Não existe tirania nEle. Seus mandamentos “não são penosos” e têm em vista o nosso bem. Devemos ser profundamente gratos por que Deus se revela agora como nosso Pai! Esta é uma das revelações distintivas do Novo Testamento. Duvido muito que Arão, Elias, Jó ou Davi conheciam a Deus neste relaciona-mento; apesar disso, eles se submeteram a Deus! Quão mais submissos deveríamos ser! Que a graça nos capacite sempre a dizer, assim como o disse o nosso Salvador: “Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18.11.)

2. Este é o segredo da felicidade. Creio que a força das duas últimas palavras (“então, viveremos”) de nosso texto bíblico é “ser feliz”. A palavra “viver” ou “vida” é empregada neste sentido em Deuteronômio 5.33; observe que “prolongueis os dias” é um acréscimo. Este é o seu sentido em Salmo 119.116. Os queixosos, murmura-dores e rebeldes são miseráveis e infelizes. Fazer a vontade de Deus, nosso porto, é o verdadeiro lugar de descanso para nossos corações. Ter nossas vidas conformadas com a vontade de Deus é o segredo do contentamento e do regozijo. “Tomai sobre vós o meu jugo... e achareis descanso para a vossa alma” — declarou o Salvador. Em guardar os mandamentos de Deus existe grande recompensa. “Grande paz têm os que amam a tua lei” — disse o salmista. Que o Espírito de Deus opere em nós a verdadeira submissão, ainda que, para produzi-la, disciplina severa seja necessária.

A. W. Pink


3 comentários:

felipe alves disse...

sabe? po muito tempo eu fui como vc mas depois vi que deus não é tão rigido como vc pensa! se ele é justo ? tenho duvidas, um cara que provavelmente matará 80% da humanidade naum deve ser muito bonzinho assim! qualquer coisa q vc queira falar comigo crie uma connta hotmail e me adicione no msn
felipe_12alves@hotmail.com
mas diga q é vc!

Caline Galvão disse...

Nossa como fazia tempo que nao entrava aqui! Senti falta de ler! hehehe! Gostei do texto... rsrs! Se cuida!

Lucinalva disse...

Olá abençoado

Gostei do seu blog, linda mensagem, servir a Deus é alegria certa. Tenha um dia abençoado.

NÃO PARE AQUI VÁ PARA OS TEXTOS MAIS ANTIGOS.