Martyn Lloyd-Jones
Tenho por vezes notado a tendência de nem sequer dar valor ao que a Bíblia considera como a maior de todas as virtudes, a saber, a humildade. Numa comissão ouvi pessoas discutindo sobre certo candidato e dizendo: “Sim, muito bom; mas lhe falta personalidade”. Quanto na minha opinião sobre aquele candidato específico era que ele era humilde.
Existe a tendência de justificar a atitude de uma pessoa em fazer uso de si próprio e de sua personalidade e de tentar projetá-la, impondo aos outros a sua aceitação. Os anúncios publicitários que estão sendo crescentemente empregados em conexão com a obra cristã proclamam em alto e bom som essa tendência.
Leia os antigos relatos das atividades dos maiores obreiros de Deus, dos grandes evangelistas e outros, e verá como procuravam apagar-se a si próprios. Hoje porém, estamos experimentando algo que é quase o completo inverso disso.
Que significa isso? “Não pregamos a nós mesmos” – diz Paulo – “mas a Cristo Jesus, como Senhor”. Quando visitou Corinto, conta-nos ele, foi para ali “em fraqueza, temor e grande tremor”. Não subia a plataforma com confiança, segurança e desenvoltura, dando a impressão de uma grande personalidade. Antes, o povo dizia dele “a presença pessoal dele é fraca, e a palavra desprezível”.
Quão grande é a nossa tendência de desviar-nos da verdade e do padrão das Escrituras. Como a Igreja está permitindo que o mundo e os seus métodos influenciam e dirijam a sua perspectiva e a sua vida!!
Que pena! Ser “pobre de espírito” não é tão popular, mesmo na Igreja, como o foi outrora e sempre deveria ser. Os crentes devem reconsiderar essas questões. Não julguemos as coisas segundo a aparência do seu valor; acima de tudo, cuidemos para não sermos cativados por essa psicologia mundana; e tratemos de entender, desde o princípio, que estamos no domínio de um reino diferente de tudo quanto pertence a este “presente mundo mau”.
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