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sábado, 19 de dezembro de 2009

ADÃO E O COMPORTAMENTO RELIGIOSO


Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me (Gn. 3: 7-10).


C. H. Mackintosh




Esta, é a diferença entre a verdadeira Cristandade e a religião humana. Aquela (ser cristão) é baseada sobre o fato do homem estar vestido; esta (a religiosidade) sobre o fato de estar nu. A primeira tem como seu ponto de partida aquilo que a ultima tem como seu alvo. Tudo quanto um verdadeiro cristão faz é porque está vestido perfeitamente; tudo quanto um mero religioso faz é com o fim de se vestir. Nisto está a grande diferença. Quanto mais examinamos o engenho da religião do homem, em todas as suas fases, tanto mais veremos a sua inteira insuficiência para remediar o seu estado, ou mesmo para satisfazer a sua compreensão desse estado. Pode ser muito bom por algum tempo. Pode servir enquanto a morte, o juizo, e a ira de Deus são vistos à distancia, se é que são vistos de fato; mas quando um homem é chamado a enfrentar estas realidades, descobrirá em boa verdade, que a sua religião é uma cama muito curta para ele poder se estender e uma coberta muito estreita para se embrulhar.


No momento em que Adão ouviu a voz do Senhor Deus, no jardim, “temeu”, porque, como ele próprio confessou, “estava nu”. Sim, nu embora tivesse sobre si o seu vestido. Portanto, é evidente que esse vestido nem sequer satisfazia a sua consciência. Tivesse a sua consciência sido divinamente satisfeita e ele não teria ficado assustado. “Se o nosso coração nos não condena, temos confiança para com Deus” (1Jo. 3: 20-21). Porém se até mesmo a consciência humana não pode achar repouso nos esforços religiosos do homem, quanto menos a santidade de Deus. O vestido de Adão não podia oculta-lo dos olhos de Deus; e ele não podia estar na Sua presença nu; portanto fugiu para se esconder. É isto que a consciência fará sempre; obrigará o homem a esconder-se de Deus; e, além disso, tudo quanto a sua religião lhe pode oferecer é um esconderijo de Deus. É um recurso miserável, tanto mais quanto é certo que tem de encontrar-se com Deus, mais cedo ou mais tarde; e se não tiver nada mais salvo a consciência triste do que é, deve sentir-se assustado sim, deve sentir-se miserável. Na verdade, nada é preciso, salvo o próprio inferno, para completar a miséria de todo aquele que sente que tem de se encontrar com Deus, e só conhece a sua própria incapacidade para comparecer perante Ele.


Se Adão tivesse conhecido o amor perfeito de Deus não teria ficado assustado. “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor” (1Jo. 4:18). Porem Adão não conhecia isto, porque tinha acreditado na mentira da serpente. Ele pensou que Deus era tudo menos amor; e, portanto o ultimo pensamento do seu coração teria sido arriscar-se a comparecer na Sua presença. Não podia fazer isso. O pecado estava ali, e Deus e o pecado nunca podem encontrar-se; enquanto houver pecado na consciência deve haver o sentimento de distância de Deus. Ele é “tão puro de olhos, que não pode ver o mal, e a vexação não pode contemplar” (Hc. 1:13). A santidade e o pecado não podem habitar juntos. O pecado, onde quer que for achado, só pode ser enfrentado pela ira de Deus.


Estudos Sobre o livro do Gênesis, pp. 37-38.

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