“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.” – 1 Jo 4.1-3
Durante seis anos fui espírita kardecista, sendo médium por cinco. Exercia as faculdades mediúnicas de psicografia, psicofonia (ouvir os espíritos), incorporação, até a prática de cirurgias espirituais. No centro que eu frequentava, seu presidente (seu Cândido, talvez a melhor pessoa que já conheci até hoje) havia vindo da umbanda, e em homenagem aos espíritos dessa linha o centro fazia uma vez por mês uma reunião fechada aos médiuns, onde os espíritos de caboclos, pretos e pretas-velhas, pombas-giras, exus e erês vinham e traziam seus ensinamentos. Numa dessas reuniões, tive a visão de um orixá, com saia rodada e aquele véu de penduricalhos cobrindo-lhe o rosto, e incorporada pela entidade comecei a rodar, rodar, rodar. A entidade não falava, o que achei estranho (já que todas as demais falavam – aqui uma observação: um médium experimentado jamais perde a consciência durante uma incorporação: fica totalmente consciente controlando seu corpo, o que é muito importante principalmente em sessões de desobsessão, onde vêm espíritos muito revoltados, capazes de dizer os piores palavrões e até de agredir as pessoas). Depois descobri que orixá não fala mesmo, só espíritos de umbanda e kardecismo. Fui exortada a não permitir mais a manifestação de orixás nas reuniões de umbanda e tudo ficou bem.
Por que estou contando isso? Porque, logo que me converti, uma das minhas maiores dúvidas era sobre como discernir a atuação do Espírito Santo e a de espíritos enganadores na igreja. Converti-me numa igreja pentecostal, achava lindo o falar em línguas, mas via umas coisas que já me intrigava, embora não pudesse sequer duvidar, pois duvidar da atuação do Espírito Santo seria cometer o tal “pecado imperdoável”, segundo me disseram na época. Então passei a achar tudo normal (lutando contra minha mente que insistia na dúvida), afinal estávamos na igreja e lá os demônios não podiam entrar, pois a luz não se mistura com as trevas. Ledo engano.
No início desse ano tive acesso aos vídeos que posto a seguir (são uma corajosa palestra realizada em junho de 2008 pelo pastor Wagner Antonio de Araujo – a versão escrita está aqui, mas vale a pena ver os vídeos para presenciar as cenas nas igrejas):
Esses vídeos me desobrigam de dizer muita coisa. Dá para ver a atuação do Espírito Santo em cenas como essas, mesmo dentro das igrejas?
http://www.youtube.com/watch?v=D1rSrApukfQhttp://www.youtube.com/watch?v=7B5oC7VAyxY&feature=related (esse é especial, é uma “campanha contra a macumba”, acredite se quiser)http://www.youtube.com/watch?v=8IsAlEa5n24&feature=fvw
O que vemos é a infiltração e a plena aceitação de fogo estranho nas igrejas. Ninguém prova se os espíritos são de Deus, e por experiência própria, a fórmula de 1 Jo 4.1 serve perfeitamente, pois os espíritos dirão que Jesus é o maior espírito que já encarnou por essas bandas (como diziam no espiritismo), mas nunca, NUNCA, que Ele é quem Ele é. Sem prova-los, aceitamos qualquer manifestação como sendo de Deus pois, afinal, estamos na igreja, estamos com o pensamento em Deus, estamos clamando por Sua manifestação, e Deus não nos deixa enganados. Porém nos esquecemos que, para isso, Ele nos pede que estejamos sempre vigilantes, meditando dia e noite na Sua Palavra, buscando discernimento e tendo senso crítico, para que o lobo em pele de cordeiro não nos devore. Pena que muitas igrejas estão negligenciando esses ensinamentos, e assim tornando muitos crentes como “cavalos”, “aparelhos”, “médiuns” de espíritos que se fazem passar como o Santo, mas que visam apenas perpetuar sua dominação sobre os imprudentes.
Quem pensa que demônio só se manifesta na igreja para dar testemunho de maldade nas entrevistas feitas por alguns pastores está muito enganado. Os demônios assistem aos cultos da platéia, e alguns até os dirigem no púlpito. Sempre que a palavra pregada está em desacordo com o Evangelho de Jesus é possível perceber uma mãozinha do inferno colaborando para o engano coletivo.
De que adianta deixarmos o espiritismo, a umbanda, o candomblé, o vudu, se continuamos a manifestar os mesmos espíritos nas igrejas, com a conivência e até o incentivo de muitos pastores, esses também manipulados pelos demônios? Onde está a conversão a Cristo, ao poderio do Espírito Santo?
Sou pentecostal e continuo crendo que o Espírito Santo pode agir através dos crentes, dando-lhes dons, guiando-os, ensinando-os muitas coisas. Porém, não posso manter meus olhos fechados ao engano, e muito menos me manter calada enquanto muitos continuam joguetes do diabo mesmo frequentando uma igreja. As lideranças precisam atentar para essa triste realidade. A Igreja é o Corpo de Cristo, não o terreiro dos demônios.
Que a Igreja deixe de ser objeto de sarcasmo dos demônios para assumir sua verdadeira posição em Cristo. O espiritismo gospel é apenas mais um sintoma dessa igreja doente, cheia de dogmas, sofismas e metodologias que nada têm a ver com o Cristo ressurreto, servindo apenas para a glória de homens e do diabo, que se compraz com tudo isso.
Fonte: Estrangeira no Mundo
2 comentários:
Muito bom o testemunho. Às vezes dói encarar a verdade, mas é assim mesmo que acontece e eu já fui uma "vítima".
Parabéns, amor.
seu testemunho de vida é lindo, mas quanto ao assunto que vc postou fica dificil até dizer alguma coisa.
fique na paz!
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