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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

A GRANDE LUTA DE ÁLCOOL EM GEL, ÁGUA E SABÃO E SUPER-VACINA CONTRA O CORONA VÍRUS (Joelson Gomes)

 




1

Era um dia de domingo

Seu Álcool em Gel preparava

Uma camisa passada

Água e Sabão só olhava

__"Vai pra onde irresponsável?

Não é pra ficar em casa?"

 

2

Seu Álcool em Gel fez muxoxo

__"Não se meta nesse trato

Vou sair com meus amigos

Se eu vir Corona eu mato"

Disse então Água e Sabão

__"Vá e morra seu ingrato".

 

3

Seu Álcool em Gel nem ligou

E após engomar as vestes

Se aprontou e já na rua

Deu bom dia a Seu Orestes

Foi caminhando faceiro

Pela Alameda Ciprestes


4

Foi na casa de Biliu

Que encontrou Mané Furiba

Deu bom dia a Dona Moça

Perguntou por Margarida

Se Titico estava em casa

E quando casava Cida

 

5

O dia estava bonito

Tempo bom pra passear

Seu Álcool em Gel ia rindo

Aproveitando o lugar

O coitado nem sonhava

Com quem ia se topar

 

6

A vida de vez em quando

Nos traz surpresa e calor

Na gente ela dá um tranco

Nos dá espinho sem flor

Nos descasca e afunila

Transforma o belo em horror

 

7

Na dobra de uma esquina

O pior aconteceu

Seu Álcool em Gel vinha bem

E o Corona apareceu

Seu Álcool em Gel quase corre

Mas, só que o tempo não deu.

 

8

Ficaram olho no olho

Sem saber quem medo tinha

O Corona se armou

E até soltou fumacinha

Seu Álcool em Gel ficou rijo

Sentindo uma tremidinha

 

9

Toda aquela valentia

Se sumiu feito visagem

As pernas se bambearam

Foi sentindo uma friagem

Não havia o que fazer

Tinha que arranjar coragem 

 

 10

Com o peito estufado

Entendeu chegar a hora

Não poderia escapar

Era então lutar “na tora”

Respirou fundo e partiu

Era tudo ou nada agora

 

 

11

Se travaram no bofete

Canelada e beliscão

Álcool em Gel arrependido

Mas não tinha jeito não

Apanhava mais que dava

Se relando pelo chão

 

12

Entre socos e bolachas

Cusparada e cascudo

Corona se defendia

Lhe dava chute bicudo

Seu Álcool em Gel respondia

Tentando descontar tudo

 

13

Álcool em Gel tava quebrado

Todo ralado e doído

Água e Sabão avisou

Era pra ter lhe ouvido

Foi tentar “meter um louco”

Agora estava perdido

 

14

Quando o bicho é um vírus

Não se pode brincar não

O danado chega aonde

Nem se tem a sensação

Quando se nota ferrou

Se não cuidar é caixão

 

15

Ainda mais o Corona

Matador profissional

Já tinha rodado o mundo

Feito muito estrago e mal

Não podia ter brincado

Com aquele Animal

 

16

Conseguiu dar uns tabefes

Mas viu que nada fazia

Quanto mais se esforçava

A peleja se perdia

Corona tava com tudo

Batia e se divertia


17

Corona se abestalhou

Foi o tempo que faltava

Álcool em Gel abriu carreira

Procurando uma casa

Foi subindo rua acima

Chega a poeira voava.

 

18

Lá na casa de Birina

O portão tava entreaberto

Àlcool disse _"É minha chance"

Quando foi chegando perto

Birina viu e correu

fechando no tempo certo.

 

19

Neco de Mané Girau

Afinava um culelê

Quando ouviu a zoadeira

Preparou-se pra correr

Tentou sair do lugar

Mas só fazia tremer

 

20

Biu de Nega abriu a porta

Pra ver o que se passava

Quando viu o desmantelo

Deu no pé trancou-se em casa

Gritando _ "valha-me Deus

Vem minha Nega e me salva"

 

21

Zé de Grilo o curioso

Mais que rápido se moveu

Fez carreira pro seu quarto

Nem na porta ele bateu

Botou o cinto e saiu

Porém a calça esqueceu

 

 22

Chiquita a manicure

Tirou bife na cliente

Zé Lotero se engasgou

Derramou o café quente

Antóin de Chico do banho

Saiu nu feito inocente

 

23

Na rua a luta sangrenta

Continuava a rolar

Álcool em Gel super cansado

Vendo tudo se acabar

Já pensava em desistir

E ver Corona ganhar

 

24

Foi quando o inesperado

Finalmente aconteceu

Álcool em Gel já dominado

Ela então apareceu

Água e Sabão deu um grito

Que a rua estremeceu.

 

25

Partiu pra pegar Corona

Na dentada e puxavanco

Deu-lhe um chute na canela

Que o bicho saiu manco

Álcool em Gel se aproveitou

E também lhe deu um tranco

 

26

Mas o bicho era valente

Atacava e defendia

Água e Sabão lapeava

Álcool em Gel vinha e batia

Inda assim Corona Vírus

Levava a melhor e ria

 

27

Foi quando olharam pra cima

Um clarão se anunciou

Era a Super-Vacina

Chega o céu estrondou

Pronto, o trio foi formado

O Corona se ferrou

 

 28

Mais que depressa o “Cabrunco”

Deu de garra de uma funda

Ia então mandar um dardo

Disse: “_mato essa imunda!”

Vacina muito ligeiro

Mandou-lhe um raio na bunda

 

 29

Com os fundos todo ardendo

Corona enfraqueceu

Não sabia se lutava

Ou olhava o que perdeu

Vacina deu uma rajada

Chega a bosta fedeu

 

30

Corona ainda tentou

Mas tinha tudo acabado

Álcool em Gel, Água e Sabão

E a Super-Vacina ao lado

Era um trio imbatível

E ele estava cagado

 

 31

Esperou um bom momento

Para poder escapar

Achou e abriu no pé

Ninguém podia pegar

Pra bandas de João Pessoa

Ninguém mais ouviu falar.

 

32

Quando ficaram sozinhos

Álcool em Gel envergonhado

“_Água e Sabão reconheço

Que você tem acertado

Pra vencer Corona Vírus

Só nós dois do mesmo lado".

 

33

Água e Sabão disse: “ _certo

Agora entendeu a sina?

Somos nós dois encangados

Tu em baixo e eu por cima

Mas, nada conseguiríamos

Sem nossa Super-Vacina

 

 34

Então filho fique esperto

Com as mãos sujas ou não

Meta logo Álcool em Gel

Sem faltar Água e Sabão

Esse Capeta só morre

Se dermos nosso quinhão

 

 

35

Mas só isso não nos basta

Pois o cabra é dobrado

Para acabar de uma vez

Não se faça de rogado

Tem que ser Água, Vacina

E Álcool em Gel agarrado

 

36

Finda aqui essa estória

De luta grave e aguda

Tudo parece gracejo

Mas é sério se acuda

Essa tal de pandemia

Só será vencida um dia

Se contar com sua ajuda.

 

 

FIM

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